Com filho cotado a assumir a Integração Nacional em eventual governo Michel Temer (PMDB), ministério que foi seu com Dilma Rousseff (PT) na presidência, o senador Fernando Bezerra Coelho (PSB-PE) votou pela continuidade do processo de impeachment.

O socialista é o único pernambucano na Comissão Especial do Impeachment.

O parecer de Antônio Anastasia (PSDB-MG), favorável ao afastamento da presidente, foi aprovado na tarde desta sexta-feira (6) pelo conselho.

Agora, vai a plenário e, se aprovado pela maioria da Casa - 41 de 81 senadores -, a petista deixa o cargo por 180 dias.

LEIA TAMBÉM » Mesmo com derrota desta sexta, Humberto Costa ainda acredita que Dilma vence na votação no plenário » Comissão aprova admissibilidade de impeachment de Dilma por 15 votos a favor e 5 contra Quem assume é Temer.

Embora uma parte do partido não concorde que o PSB assuma cargos no governo, o deputado federal Fernando Filho pode ficar com a pasta que foi do pai no primeiro mandato de Dilma.

O ministério está à frente de obras como a Transposição do Rio São Francisco, que a petista visita esta tarde.

Antes de votar pela continuidade do processo de afastamento da presidente, Fernando Bezerra Coelho falou à comissão que teria que ter coerência e ser fiel à própria história. “Com a eleição da presidente Dilma, tive a honra de participar da administração federal como ministro da Integração Nacional.

Mas, o nosso apoio jamais foi desprovido de senso crítico.” LEIA TAMBÉM » Em discurso, FBC elogia qualidade do relatório de Anastasia e critica descaminhos de política pública com Dilma » FBC diz que Senado terá entre 47 e 54 votos a favor do impeachment » FBC diz que posição do partido em favor do impeachment é correta O socialista ainda citou o ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos (PSB), que morreu em 2014, durante a campanha presidencial em que se colocou em lugar antagônico ao de Dilma, antes apoiada por ele.

No segundo turno, o PSB apoiou o senador Aécio Neves (PSDB), rival de Dilma. “Perdemos as eleições; mas, nos mantivemos firmes em nossa opção pela mudança”, disse. “Nem por isso, nos recusamos ao diálogo político.

Mas, foi justamente isso que faltou ao governo nos 16 meses deste mandato.

O governo se isolou, perdeu apoios políticos, perdeu a credibilidade e a própria autoridade.” Antes de encaminhar voto favorável à admissibilidade do impeachment, FBC afirmou: “Não bastassem os robustos indícios da prática delituosa – que enquadram a viabilidade do impeachment sob o aspecto jurídico – é preciso também avançar para a superação do impasse político e tentar recolocar o país num caminho que torne possível enfrentar o atual cenário de crise política, ética e econômica.”