Estadão Conteúdo - Ministros do PT e a cúpula do partido avaliam que, após ser afastada do cargo, a presidente Dilma Rousseff dificilmente retornará ao Palácio do Planalto.

O diagnóstico sombrio também já foi feito pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para a própria Dilma, mas, em público, todos tentam demonstrar disposição para um movimento de resistência, no Palácio da Alvorada.

LEIA MAIS: » Em entrevista à BBC, Dilma promete lutar para voltar ao governo » Ministro do STF arquiva pedido de investigação contra Dilma na compra de Pasadena » Em tom de deboche, Cássio Cunha Lima mostra foto premiada com Dilma a Lindbergh Dilma, Lula, o presidente do PT, Rui Falcão, e ministros mais próximos jantaram nesta quarta-feira, 4, no Alvorada para traçar a reação ao impeachment.

Ficou definido ali que, após o Senado aprovar a saída da presidente - hipótese dada como certa pelos petistas -, ela descerá a rampa ao lado de ministros e de representantes de movimentos sociais.

A ideia é fazer uma homenagem a Dilma na despedida.

Dentro e fora do Planalto, na Praça dos Três Poderes, haverá apoiadores do PT, que há 13 anos está no poder.

O governo calcula que o desagravo ocorra no dia 13, quarenta e oito horas após a votação do impeachment no plenário do Senado.

Treze é o número do PT. » Dilma: denúncias do senador Delcídio são levianas e mentirosas » Frentes em defesa de Dilma realizam plenária na Praça do Derby » Impeachment: Anastasia dá parecer favorável ao afastamento de Dilma “Estamos a uma semana de a presidente descer a rampa.

E vamos descer a rampa junto com ela”, disse Gilberto Carvalho, braço direito de Lula durante oito anos e ex-ministro de Dilma, em cerimônia no Planalto. “É um momento duro.

Não vamos nos enganar”, emendou ele, ao fazer duras críticas ao PMDB do vice Michel Temer.

Situada a sete quilômetros do Planalto, a residência oficial do Alvorada deve virar a sede de uma espécie de “governo paralelo” por até 180 dias, prazo para o julgamento final no Senado.

A intenção de Dilma é levar com ela de dez a 15 auxiliares, conforme o que for estabelecido em decreto pelo Senado, e a equipe será comandada pelo assessor especial da Presidência, Giles Azevedo.

Nessa lista estão a presidente da Caixa Econômica Federal, Miriam Belchior, e o chefe da Advocacia-Geral da União, José Eduardo Cardozo. » Dilma ataca oposição, nega que vá renunciar e se diz ‘injustiçada’ » Janot decide pedir para STF abrir inquérito contra Dilma por obstruir a Lava Jato » Dilma diz que pedido de renuncia equivale a colocar impeachment para debaixo do tapete No duelo contra Temer, além da ofensiva para defender o seu mandato em várias frentes - em viagens domésticas e até no exterior -, Dilma quer que a equipe deixe pronto um portfólio de todos os programas executados por seu governo, desde 2014.

O que mais preocupa o PT, porém, não é Dilma, mas, sim, Lula.

A denúncia do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, para quem o esquema de corrupção na Petrobras “jamais poderia ter funcionado por tantos anos e de forma tão agressiva” sem a atuação do ex-presidente, atingiu em cheio o maior símbolo do partido. » Pernambuco tem 38 Lulas; 1,5 mil Dilmas e 258 Aécios » Governo considera comissão no Senado ‘batalha perdida’ contra impeachment » Vídeo: Senador compara governo Dilma a ‘doente terminal’ em comissão do impeachment Até agora, mesmo perdendo capital político após virar alvo da Lava Jato, Lula ainda é o único nome com densidade eleitoral no PT para ser candidato da legenda à sucessão de Dilma, em 2018.

O temor do PT é que ele seja preso.

Janot também pediu ao Supremo Tribunal Federal para investigar Dilma, sob suspeita de obstruir a Lava Jato, e o núcleo duro do governo, incluindo na lista Cardozo, Jaques Wagner (Gabinete Pessoal), Ricardo Berzoini (Secretaria de Governo) e Edinho Silva (Comunicação). » Janaína Paschoal grita com senador e leva bronca do presidente de comissão » Vídeo: ‘Gemido constrangedor’ interrompe discussão em comissão do impeachment » Dilma Rousseff visita Pernambuco em dia de votação do relatório do impeachment no Senado Vazamento Após lançar o Plano Safra 2016/2017, Dilma disse que Cardozo vai solicitar ao STF a apuração do vazamento de inquérito sigiloso contra ela e acusou o senador Delcídio Amaral, ex-líder do governo, de fazer denúncias “levianas e mentirosas”. » Conheça os senadores que compõem a Comissão do Impeachment » STF investiga 1/3 de comissão de impeachment do Senado » Ex-vice da Caixa afirma que Eduardo Cunha recebeu R$ 52 milhões em propina » Dilma diz que Eduardo Cunha é o “pecado original” do impeachment Para ela, o vazamento ocorreu “estranhamente” às vésperas do seu julgamento no Senado. “Lamento que, mais uma vez, algo muito grave tenha acontecido”, disse Dilma, sem esconder a irritação. “Você vaza, depois se caracteriza que nada há e o dano já foi feito.” As informações são do jornal O Estado de S.

Paulo » Senador do PSDB será relator da comissão do impeachment de Dilma no Senado » Raimundo Lira, do PMDB, é eleito presidente da comissão especial do impeachment