Estadão Conteúdo - Cortejado pelo vice-presidente Michel Temer (PMDB) como um dos aliados preferenciais em um eventual governo interino, o PSDB quer ocupar o Ministério das Cidades.
Segundo dois aliados próximos a Temer ouvidos pela reportagem, o partido teria “mencionado” um nome para a vaga: o deputado Bruno Araújo (PE), ex-líder da minoria e responsável pelo voto de número 342 na votação da admissibilidade do impedimento de Dilma Rousseff na Câmara.
LEIA MAIS: » Cristovam Buarque diz que não pretende assumir ministério em gestão Temer » Mendonça Filho é cotado para ser ministro das Comunicações de Michel Temer » Além de Mendonça Filho, Raul Jungmann é cotado para ser ministro de Michel Temer » Disputa entre partidos por espaço no governo Temer já trava definição dos nomes para os ministérios Mas o discurso oficial dos tucanos é de que o partido não reivindica o comando de nenhuma pasta e não irá condicionar o apoio da legenda no Congresso a eventuais cargos.
A assessoria de Temer nega que ele tenha feito qualquer convite.
O problema para Temer é que o Ministério das Cidades, que tem grande capilaridade nacional e é estratégico nas eleições municipais de 2016, é reivindicado também pelo PSD. » Michel Temer quer reduzir ministérios assim que assumir » Mendonça Filho é cotado para ser ministro das Comunicações de Michel Temer » ‘Temer atropela Senado ao nomear ministros como se fosse presidente’, diz Humberto Costa Até a votação da admissibilidade do impeachment na Câmara, o titular da pasta era o ex-prefeito de São Paulo Gilberto Kassab, presidente do partido.
Uma solução em debate para o impasse seria oferecer a ele o Ministério das Comunicações.
Consultas A cúpula do PSDB se reuniu nesta terça-feira, 3, com Temer no Palácio do Jaburu logo após ensaiar uma rebelião contra a escolha dos ministros de um eventual governo do peemedebista. “Nós realmente nos preocupamos com as notícias, que já são públicas, sobre a forma pela qual o governo já vem sendo constituído.
Temos receio que esse governo (de Michel Temer) se pareça muito com aquele que está terminando os seus dias”, afirmou o senador Aécio Neves. » Temer discute ministério antes mesmo da votação do impeachment » Ministro do STF nega instalação imediata de processo de impeachment de Temer » Temer e Cunha impõem derrota a Dilma.
Impeachment é aprovado na Câmara dos Deputados A declaração foi feita logo depois de uma reunião da Executiva Nacional do PSDB em Brasília.
Antes dela, Aécio se reuniu com todos os governadores tucanos. “Confiamos no presidente Michel Temer, na sua capacidade de dar ao Brasil de novo esperança, mas a convergência que conseguimos construir em torno do PSDB, enfatizada pela unanimidade dos governadores que aqui hoje estiveram presentes, é de que o PSDB prefere não participar com cargos no governo.
E sim da agenda parlamentar porque é essa que na verdade possibilitará a tirada do Brasil da crise”, disse Aécio. » ‘Deputado dos confetes’ foi o que mais faltou em 2015 » Voto pernambucano sacramenta impeachment de Dilma Rousseff » Para Silvio Costa, possíveis ministros de Temer representam “elite que tem horror a nordestinos” Segundo relato dos participantes, em nenhum momento do encontro foi tratada a ocupação de espaços, embora todos já contem como certa a participação do senador José Serra (SP).
Ele é cotado para assumir o Itamaraty, que ganharia novas atribuições, mas ainda não decidiu se aceita a eventual missão.
O presidente do PSDB tem feito nas últimas semanas uma série de consultas a todas as instâncias da legenda para demonstrar unidade do partido.
Na semana seguinte à aprovação do impedimento na Câmara dos Deputados, o discurso do PSDB foi majoritariamente contrário à ocupação de ministérios.
Um setor do partido chegou a defender que os tucanos interessados em ter cargos deveriam se licenciar da sigla. » Programas de Temer vão focar os “5% mais pobres” » Para fechar aliança com PSDB, Michel Temer negocia fim da reeleição » Vanessa Grazziotin acusa Temer de tentar interferir na pauta do Congresso » Pernambucanos são cotados para assumir ministérios em eventual Governo Temer Mas o PSDB mudou de tom depois de conseguir de Michel Temer o compromisso de que qualquer aproximação com os tucanos se daria de forma “institucional”.
Ou seja: não seriam feitos convites sem a chancela do comando partidário.