Do blog, com Estadão Conteúdo e Folha de S.

Paulo O ex-presidente Lula (PT) pode ser incluído no inquérito da Operação Lava Jato.

Foi o que pediu a Procuradoria Geral da República (PGR) ao Supremo Tribunal Federal (STF) na semana passada, mas a informação só foi publicada nesta terça-feira (3).

Além de Lula, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pediu a inclusão de 31 nomes na investigação, que tem o ministro Teori Zavascki como relator.

O novo pedido está baseado principalmente nas afirmações feitas pelo senador Delcídio Amaral (sem partido-MS) em delação premiada.

Janot sustenta que houve um aprofundamento nas investigações.

LEIA MAIS PGR pede ao STF instauração de 6º inquérito contra Eduardo Cunha Janot quer investigar Aécio por corrupção passiva e lavagem de dinheiro “As provas apontam para o envolvimento das seguinte autoridades com prerrogativa de foro: Edinho Silva, Ricardo Berzoini, Jaques Wagner e Delcídio Amaral.” Ainda segundo Janot, integrariam a organização: “Luiz Inácio Lula da Silva, Antonio Palocci, Giles de Azevedo, Erenice Guerra, José Carlos Bumlai, Paulo Okamotto e José Gabrielli também tiveram contra si colhidos inúmeros indícios de envolvimento no esquema criminoso objeto desta apuração.” De acordo com Janot, o esquema de formação de quadrilha investigado no processo jamais poderia ter existido sem o conhecimento de Lula.

O ministro vai analisar o pedido e, caso aceito, o inquérito passará a ter 69 investigados.

Teori Zavascki ainda levará, em data não determinada, o seu voto à Segunda Turma do STF, formada por cinco membros.

Se for aceito pelo colegiado, Lula e os outros acusados serão transformados em réus.

OUTRO LADO - o Insituto Lula afirmou, em resposta, que Janot antecipou juízo de valor ao fazer a denúncia, alegando que a peça “indica apenas suposições e hipóteses, sem qualquer valor de prova”, e também negou que o ex-presidente tenha ligação com as investigações da Lava Jato. “Nos últimos anos, Lula é alvo de verdadeira devassa.

Suas atividades, palestras, viagens, contas bancarias, absolutamente tudo foi investigado e nada foi encontrado de ilegal ou irregular.

Lula sempre colaborou com as autoridades no esclarecimento da verdade, inclusive prestando esclarecimentos à Procuradoria-Geral da República”, acrescentou o documento, que é concluído dizendo que o petista “não deve e não teme investigações”.