Foto: reprodução/PMDB Estadão Conteúdo - Aliados do vice Michel Temer reagiram neste domingo, 1º, com críticas diretas à presidente Dilma Rousseff ao “pacote de bondades” anunciado pela petista, que prevê reajuste de benefícios do Bolsa Família e correção da tabela do Imposto de Renda da Pessoa Física (IRPF).

LEIA MAIS: » Reformas de Temer vão esperar ‘clima político’ » Em discurso, Dilma diz que nunca embolsou dinheiro do povo brasileiro » No Recife, marcha dos trabalhadores é marcada por defesa ao governo Dilma » Dia do Trabalhador terá ato público em defesa do governo Dilma no centro do Recife A análise desse segundo item da lista depende de aval do Congresso e, por isso, parlamentares defendem esperar a eventual formação de um novo governo e a análise da proposta pela futura equipe econômica, em caso de aprovação do afastamento de Dilma pelo Senado. “O povo não é bobo”, criticou o ex-ministro Moreira Franco e braço direito do vice, após a presidente confirmar os índices de correção antecipados pela reportagem - 5% na tabela do IR e 9% para os benefícios sociais. » Governo Temer defende privatização de ”tudo o que for possível” » José Serra deve assumir Itamaraty em eventual governo Temer » Cristovam Buarque diz que não pretende assumir ministério em gestão Temer Moreira afirmou que o último aumento dado aos beneficiários do Bolsa Família foi em 2014, próximo das eleições presidenciais “e sem considerar a inflação”. “Só agora anuncia um novo reajuste”, atacou ele, que é responsável pelo elaboração do programa Travessia Social do PMDB, que prevê reformulação do Bolsa Família, focando nos pobres, mas também com reajuste dos benefícios. » Programas de Temer vão focar os “5% mais pobres” » Para fechar aliança com PSDB, Michel Temer negocia fim da reeleição » Vanessa Grazziotin acusa Temer de tentar interferir na pauta do Congresso Foi essa decisão do PMDB de prometer o reajuste que levou Dilma a se antecipar.

No domingo, a presidente voltou a criticar os peemedebistas e a apontar riscos de “regressão” nos programas sociais.

Moreira rebateu. “A presidente Dilma Rousseff insiste na manipulação e na propaganda enganosa: a proposta da Travessia Social é manter o Bolsa Família para todos!

E melhorar para os 5% mais pobres.” O reajuste dos benefícios do Bolsa Família enfrentava resistência do Ministério da Fazenda, porque o rombo nas contas públicas está próximo de R$ 142 bilhões em 12 meses.

A avaliação era de que o espaço de R$ 1 bilhão no Orçamento do programa, que será usado para o reajuste, deveria ser aplicado no pagamento de despesas como as tarifas bancárias devidas à Caixa Econômica Federal.

Segundo o Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, o reajuste dos benefícios do programa Bolsa Família já estava previsto no orçamento deste ano. » Renan Calheiros se reúne com Temer e Aécio em Brasília » UNE convoca paralisação e diz que não reconhecerá presidência de Temer » ‘Temer atropela Senado ao nomear ministros como se fosse presidente’, diz Humberto Costa Tabela do IR O anúncio da correção da tabela do IR, que atende sobretudo demanda da classe média, é o que mais incomodou os peemedebistas A mudança terá de ser aprovada pelo Congresso e ficará mais difícil para um provável governo Temer evitar isso sem desgaste político.

A equipe econômica de Dilma diz que pretende fazer a mudança com impacto neutro, aumentando a carga tributária das pessoas físicas que recebem salário como empresas - outro vespeiro com forte resistência no Congresso. » Governo Temer defende privatização de ”tudo o que for possível” » Mendonça Filho é cotado para ser ministro das Comunicações de Michel Temer » Além de Mendonça Filho, Raul Jungmann é cotado para ser ministro de Michel Temer O custo da correção da tabela sem medidas compensatórias poderá representar mais de R$ 6 bilhões de perda de arrecadação.

Para o deputado Lúcio Vieira Lima (PMDB-BA), Dilma tenta usar estratégia de “terra arrasada” antes de deixar o governo, em prática que seria semelhante ao que ocorria antes da Lei de Responsabilidade Fiscal. » Dilma deve anunciar reajuste do Bolsa Família e do IR no Dia do Trabalhador » Dia do Trabalhador terá ato público em defesa do governo Dilma no centro do Recife » Disputa entre partidos por espaço no governo Temer já trava definição dos nomes para os ministérios O líder do DEM na Câmara, Pauderney Avelino (AM), disse que a correção da tabela deve ser analisada primeiro pela equipe que Temer vier a formar, antes de ser votada pelo Congresso.

Ele criticou também o reajuste do Bolsa Família num momento de aperto fiscal. “Isso é visto como ato de desespero.

Dilma não vai ganhar um voto com isso”, disse. “Isso não cola mais.

Ela sabe que vai ser afastada e faz isso na inconsequência”, emendou o líder do PSDB, deputado Antônio Imbassahy (BA).

As informações são do jornal O Estado de S.

Paulo.