Dilma Rousseff no Dia do Trabalhador - Foto Paulo Pinto/Agência PT Estadão Conteúdo - Presença confirmada na festa do 1º de Maio promovida neste domingo pela Central Única dos Trabalhadores (CUT), no centro de São Paulo, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva não compareceu ao último grande ato popular da presidente Dilma Rousseff antes da votação sobre o prosseguimento do processo de impeachment pelo Senado.
LEIA MAIS: » Reformas de Temer vão esperar ‘clima político’ » Grupo de Michel Temer critica presidente Dilma por ‘bondades’ » Em discurso, Dilma diz que nunca embolsou dinheiro do povo brasileiro No evento, Dilma prestou reconhecimento aos movimentos sociais e sindicais que foram às ruas contra seu afastamento e anunciou um “pacote de bondades” que foi recebido pelas entidades como uma iniciativa tardia. “É como se fosse um jogo de futebol.
Em um time estão a ‘república de Curitiba’, o Congresso e os coxinhas.
No outro estão os movimentos sociais, setores da sociedade que estavam fora da política e o governo.
O problema é que o governo no último ano só fez gol contra.
Isso (o pacote de bondades) não significa que fez um gol a nosso favor.
Mas hoje ela (Dilma) pode marcar um de pênalti”, comparou João Paulo Rodrigues, da coordenação nacional do Movimento dos Sem Terra (MST). » No Recife, marcha dos trabalhadores é marcada por defesa ao governo Dilma » Dia do Trabalhador terá ato público em defesa do governo Dilma no centro do Recife A presidente anunciou um reajuste médio de 9% no Bolsa Família, correção de 5% na tabela do Imposto de Renda, contratação de 25 mil unidades do Minha Casa Minha Vida (1,2% dos 2 milhões de casas prometidas), ampliação de 5 para 20 dias da licença paternidade dos funcionários públicos, criação de um Conselho Nacional do Trabalho formado por governo, empregados e patrões, e a liberação do Plano Safra para a agricultura familiar.
Com isso, tentou agradar aos movimentos por moradia, MST e sindicatos, principais defensores de seu mandato nas ruas.
Antes de subir ao palco, Dilma disse a sindicalistas que sua presença era uma forma de prestigiar e “prestar reconhecimento” aos movimentos que “lutaram pela democracia”.
Segundo Dilma, as medidas estavam previstas no Orçamento da União e “não prejudicam o cenário fiscal”. » Governo Temer defende privatização de ”tudo o que for possível” » José Serra deve assumir Itamaraty em eventual governo Temer » Cristovam Buarque diz que não pretende assumir ministério em gestão Temer Além de anunciar o “pacote de bondades”, Dilma voltou a martelar a tecla de que é vítima de “golpe” e atacou o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), hostilizado pela plateia estimada em 100 mil pessoas pelos organizadores - a Polícia Militar não calculou o público.
A presidente comparou os decretos de suplementação orçamentária pelos quais é acusada de crime de responsabilidade a medidas da gestão tucana. “O Fernando Henrique Cardoso, em 2001, assinou 101 decretos.
Para ele não foi nenhum golpe nas contas públicas.
Isso se chama ter dois pesos e duas medidas.” » Programas de Temer vão focar os “5% mais pobres” » Para fechar aliança com PSDB, Michel Temer negocia fim da reeleição » Vanessa Grazziotin acusa Temer de tentar interferir na pauta do Congresso Sem voz Lula, um dos principais articuladores da reaproximação entre governo e movimentos, havia confirmado presença no ato que, no governo, era tratado como “último grande comício de Dilma”.
Entretanto, o ex-presidente não apareceu no palco da CUT.
Aos dirigentes da central sindical, alegou problemas com a garganta. » Renan Calheiros se reúne com Temer e Aécio em Brasília » UNE convoca paralisação e diz que não reconhecerá presidência de Temer » ‘Temer atropela Senado ao nomear ministros como se fosse presidente’, diz Humberto Costa O ex-presidente enfrentou um câncer na laringe em 2011 e tem apresentado dificuldades para falar nos últimos dias - nos últimos discursos públicos, mostrou forte rouquidão.
Por ordem médica, Lula tem procurado poupar a voz e feito sessões de fonoaudiologia. » Dilma deve anunciar reajuste do Bolsa Família e do IR no Dia do Trabalhador » Dia do Trabalhador terá ato público em defesa do governo Dilma no centro do Recife » Disputa entre partidos por espaço no governo Temer já trava definição dos nomes para os ministérios No ato de domingo, porém, também houve explicação política para Lula não acompanhar Dilma no palanque da CUT. “Seguramente o ex-presidente queria dar mais protagonismo à Dilma para o anúncio das medidas”, disse o ministro da Educação, Aloizio Mercadante. » Governo Temer defende privatização de ”tudo o que for possível” » Mendonça Filho é cotado para ser ministro das Comunicações de Michel Temer » Além de Mendonça Filho, Raul Jungmann é cotado para ser ministro de Michel Temer A CUT e movimentos sociais promoveram atos em diversas capitais, como Recife, Belo Horizonte e Porto Alegre.
Parlamentares aliados do governo protestaram contra o processo de impeachment de Dilma e criticaram Cunha e Temer.
Em Belém, houve confronto no centro da cidade entre manifestantes favoráveis e contrários ao afastamento da presidente.
As informações são do jornal O Estado de S.
Paulo.