No palco da CUT, a ideia é a presidente adotar um discurso no qual defenderá as conquistas das gestões petistas e criticará eventuais retrocessos em um possível governo peemedebista.
Foto: AFP Estadão Conteúdo - Para contrapor as propostas dos aliados do vice-presidente Michel Temer na área social, a presidente Dilma Rousseff deve anunciar, em evento do Dia do Trabalhador, promovido neste domingo (1º) na capital paulista pela CUT (Central Única dos Trabalhadores), um reajuste de 5% na tabela do Imposto de Renda da Pessoa Física (IRPF) e de 9,5%, em média, dos benefícios do Bolsa Família.
A correção da tabela só vai valer para janeiro de 2017.
Já a correção do Bolsa Família entrará em vigor em junho próximo.
LEIA TAMBÉM: » Moro abre ação penal contra marqueteiro de campanhas de Lula e Dilma e mais dez pessoas A equipe econômica prepara mudanças nas regras do IRPF para que o impacto da medida nas contas do governo seja neutro.
Segundo apurou o Broadcast, a alteração vai trazer travas para barrar a prática de contribuintes esconderem a renda de pessoa física abrindo uma empresa jurídica.
São contribuintes que abrem empresa, mas prestam serviços típicos de pessoa física. “Vamos dificultar para esses contribuintes.
O reajuste da tabela será compensando com esses ajustes”, disse uma fonte da área econômica.
Por enquanto, não estão previstas alterações nas alíquotas do IRPF.
A área técnica do governo está fazendo os cálculos finais.
As medidas foram acertadas pela presidente em reunião hoje com o ministro da Fazenda, Nelson Barbosa, no Palácio do Alvorada. » Dilma diz que acusações contra ela são ridículas » Dilma anuncia prorrogação do programa Mais Médicos por mais 3 anos » Armando Monteiro diz que cabe à Dilma decidir se ele participa de votação do impeachment A correção da tabela precisará ser aprovada pelo Congresso Nacional até o fim do ano, o que, na prática, poderá colocar essa despesa na equipe de um eventual governo do vice-presidente Michel Temer, no caso de afastamento da presidente Dilma do cargo.
Com o anúncio, ficará mais difícil para o vice-presidente voltar atrás de uma medida que tem forte apelo popular, principalmente na classe média.
O reajuste do Bolsa Família, antecipado pelo Estado na edição de quinta-feira passada (28) em reportagem sobre pacote de medidas do governo - faz contraponto a decisão da equipe de aliados de Michel Temer de prometer um reajuste dos benefícios do programa num eventual governo do vice. » Acredito na idoneidade e na honestidade de Dilma, diz Kátia Abreu no Senado » Em entrevista à CNN, Dilma diz que ‘luta para sobreviver’ ao processo de impeachment O impacto de R$ 1 bilhão nas contas já estava previsto no Orçamento, segundo o Ministério da Fazenda.
Mas a área técnica é contrária ao reajuste por causa do rombo das contas do governo R$ 142,01 bilhões em 12 meses, o equivalente a 2,1% do Produto Interno Bruto (PIB). » Dilma decide não fazer transição com vice » Em reta final, Dilma agrada à sua base social » Juíza proíbe estudantes da UFMG de realizarem assembleia sobre impeachment de Dilma A avaliação é de que é uma sinalização ruim de aumento de gastos justamente num momento em que o governo precisaria mostrar austeridade fiscal para conseguir confiança na direção de uma trajetória sustentável para a dívida pública.
Num recado claro de descontentamento, o secretário do Tesouro, Otavio Ladeira, disse que o Tesouro não via espaço fiscal para o reajuste do Bolsa Família.