Foto: Divulgação Estadão Conteúdo - O vice-presidente Michel Temer quer dar uma guinada na política externa brasileira, caso assuma a Presidência da República.

Para isso, planeja escalar o senador José Serra (PSDB-SP) para comandar um Ministério das Relações Exteriores com forte viés nos negócios.

O tucano será uma ponte entre o Planalto e o empresariado.

LEIA MAIS: » ‘Exército não tem força política para golpe’, afirma José Serra » Serra e Temer negociam pacto para um novo governo » Aécio Neves defende projeto de lei de José Serra sobre pré-sal O desenho sobre a mesa de Temer prevê o desmonte do que hoje é o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior.

A parte comercial irá para o Itamaraty e outra fatia importante, o comando do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), para o Ministério do Planejamento, que deverá ser comandado pelo senador Romero Jucá (PMDB-RR).

A avaliação na equipe de Temer é de que a política comercial brasileira esteve equivocada durante a gestão petista, ao priorizar as relações Sul-Sul (com países emergentes) e dar muito peso ao Mercosul.

Isso teria impedido o País de avançar em acordos com os centros mais dinâmicos da economia mundial. » Programas de Temer vão focar os “5% mais pobres” » Vanessa Grazziotin acusa Temer de tentar interferir na pauta do Congresso » Para fechar aliança com PSDB, Michel Temer negocia fim da reeleição Serra deverá priorizar a busca de acordos com os principais mercados consumidores do mundo, como Estados Unidos, Europa e países asiáticos como Japão e Coreia do Sul.

Com isso, o governo Temer pretende incrementar a exportação de produtos de maior valor agregado para trazer impactos positivos sobre a atividade industrial. » Renan Calheiros se reúne com Temer e Aécio em Brasília Livre comércio O senador é um antigo crítico da forma como o Mercosul está implantado.

Hoje, existe um compromisso pelo qual o bloco não pode negociar acordos comerciais que envolvam concessões em tarifas de comércio sem a concordância de todos os sócios (Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai). » ‘Temer atropela Senado ao nomear ministros como se fosse presidente’, diz Humberto Costa » UNE convoca paralisação nesta quinta e diz que não reconhecerá presidência de Temer O que Serra defendeu quando foi candidato à Presidência, em 2010, era fazer do Mercosul uma zona de livre comércio - um estágio anterior à união aduaneira existente hoje.

Nela, os países membros têm um comércio privilegiado entre si, com a eliminação de tarifas aduaneiras.

Não há, porém, uma tarifa externa comum.

Isso abriria o caminho para o Brasil negociar individualmente e não em bloco.

As informações são do jornal O Estado de S.

Paulo