Sem alarde, o Ministério Público Federal (MPF) em Pernambuco continua com as investigações decorrentes da Operação Pulso, deflagrada pela Polícia Federal (PF) em 9 de dezembro de 2015.
A Operação visou desbaratar uma suposta organização criminosa que, segundo a PF, estava instalada na diretoria da estatal federal Hemobrás, sediada em Pernambuco.
Durante a busca e apreensão realizada em dezembro, a PF flagrou maços de dinheiro sendo arremessados da janela de um dos apartamento das Torres Gêmeas, no Recife.
No edifício, morava um dos investigados na Operação Pulso, o então diretor-presidente da Hemobrás.
Despacho do MPF sobre a Hemobras A procuradora Sílvia Regina Ponte Lopes decidiu separar a investigação em vários procedimentos específicos, um para cada contrato suspeito de desvio de recursos federais.
Segundo procedimentos do MPF, apenas na concorrência 02/2014, há suspeitas sobre a aplicação de até R$ 74 milhões.
No contrato 20/2013, se investiga despesas de R$ 6 milhões.
No contrato 25/2010, há suspeitas sobre aplicação de R$ 27 milhões.
Nestes e em vários outros contratos, a Polícia Federal diz que há suspeitas contra dois ex-diretores, por supostamente pagarem a mais insumos e serviços e, supostamente, receber propina pela diferença de preços.
Devido à condução coercitiva de dois diretores da Hemobrás (já relaxada), os funcionários foram exonerados pelo Governo Federal.
O terceiro diretor da empresa, Marcos Arraes, ficou como presidente interino da empresa, por nomeação da presidente Dilma (PT).
Segundo a PF, Arraes não tinha relação com os desvios.
Provocada pelo Blog de Jamildo, a assessoria de imprensa da Hemobrás confirmou que Marcos Arraes assumiu a presidência da estatal, em 20 de janeiro de 2016, sem alarde.
Coincidência ou não, logo depois, a vereadora Marília Arraes, filha de Marcos, se filiou ao PT, partido que ainda está a frente do Governo Federal, ao qual a Hemobrás é ligada.
Resta saber se Michel Temer realizará mudanças, caso assuma.
Dilma nomeia Marcos Arraes como presidente da Hemobrá LEIA TAMBÉM: > Em nota oficial, PT sai em defesa de Mozart Sales no escândalo da Hemobras, mas ignora Rômulo Maciel > Humberto Costa diz que não indicou nem Rômulo Maciel nem Mozart Sales para funções na Hemobrás > Em nota oficial, Hemobras diz que colabora com PF e produção não é prejudicada > PF apreende mais de 50 obras de arte na casa do presidente da Hemobras Marcos Arraes é pai da vereadora Marília Arraes (PSB) e irmão da ministra do TCU, Ana Arraes, mãe de Eduardo Campos.
Depois de ter sido indicado na cota do ex-governador Eduardo Campos para a empresa, permaneceu na estatal mesmo depois da briga do socialista com os petistas.
OPERAÇÃO PULSO A Operação Pulso afastou três integrantes da Hemobrás dos cargos por 90 dias: o diretor-presidente, Rômulo Maciel Filho, o diretor de Inovação Tecnológica da Empresa, Mozart Sales, e um membro da equipe de engenharia.
Na ocasião, a Polícia Federal em Pernambuco divulgou a possibilidade de recursos desviados da Hemobrás terem sido destinados à campanha eleitoral de 2014 no Estado.
A informação do possível financiamento de campanhas chegou à PF por meio de um Relatório de Inteligência Financeira (RIF) do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), que detectou operações financeiras existentes entre diretores da Hemobrás e familiares e campanhas eleitorais.
Inicialmente, de acordo com as investigações da PF, estima-se que, aproximadamente, R$ 30 milhões foram desviados da Hemobrás.
Entre os contratos investigados, está o de armazenamto de plasma, que, a princípio, era de R$ 880 mil, mas foi fechado em R$ 8 milhões.
No dia em que a PF cumpriu os mandatos de busca e apreensão, maços de dinheiro foram arremessados pela janela do prédio onde mora o diretor-presidente afastado, Rômulo Maciel Filho.
A polícia ainda não divulgou se o dinheiro pertencia a ele.
Confira o vídeo: