Saúde ou desumanidade pública?
Caos, desespero e muito sofrimento.
Port Osvaldo Matos de Melo Jr Pernambucano Publicitário e Sociólogo Para começar esse artigo, queria fazer justiça aos homens e mulheres que servem ao povo pernambucano nos hospitais e serviços de emergência.
Mesmo sem condições mínimas de trabalho, esses profissionais fazem o impossível para atender a população que sofre e morre nas unidades de saúde.
O amor ao ser humano e a profissão fazem desses servidores verdadeiros anjos e heróis.
Estou com uma parente na emergência do Hospital Agamenon Magalhães, há mais de 3 dias.
Ela não tem plano de saúde, é pensionista do INSS e com filhos com limitações financeiras.
Tem 80 anos e sérios problemas cardiológicos.
Infartada, já teve derrame e outras complicações.
Começou a sentir dores em Garanhuns e lá sem condições de atendimento foi encaminhada para o HAM.
Durante esse 3 dias, ela continua no espaço destinado a emergência da cardiologia com dezenas de pessoas, algumas no chão outras em macas.
Homens, mulheres de várias idades misturados com marginais algemados no mesmo ambiente sem divisórias, paredes ou cortinas.
Para visitar, precisamos tomar cuidado para não pisar nas pessoas que estão no chão, intenso odor se espalha no espaço, ar-condicionado quebrado, pessoas chorando, parentes desesperados, os acompanhantes não tem lugar para sentar e os funcionários e médicos fazendo o melhor, mas com muitas limitações de material, medicamento e aparelhos.
Isso chega a ser cruel e desumano.
Quem nunca viu uma zona de guerra, sugiro que vá até essa emergência e sinta o quanto os políticos e gestores menosprezam a vida humana dos que não tem dinheiro e posição social.
Muitos dizem que é a crise, mas essas cenas são recorrentes há anos e nada acontece.
O Brasil praticamente falido, Pernambuco mendigando, em estado semivegetativo e o nosso povo pagando metade do que ganha em impostos sem ter o retorno mínimo de serviços públicos decentes.
Aconselho aos amigos: mantenham seus planos de saúde em dia, mas olhem um pouco para quem não pode pagar.
Com a participação de todos podemos fazer uma corrente positiva, não apenas para denunciar e cobrar dos nossos gestores, como também criando campanhas para buscar donativos e sendo voluntário para ajudar os nossos hospitais de emergência.
A sociedade, unida e atuante, pode ajudar muito a quem é esquecido e maltratado pelo poder público.
Osvaldo Matos de Melo Jr Pernambucano/Publicitário e Sociólogo.