A direção nacional do Partido dos Trabalhadores reuniu-se em São Paulo, com a presença do ex-presidente Lula.

No evento, a agremiação aprovou resolução em que afirma que a aprovação do impeachment seria golpe. “A admissão do processo de impeachment pela Câmara dos Deputados representa um golpe contra a Constituição.

Viola a legalidade democrática e abre caminho para o surgimento de um governo ilegítimo.

Escancara, também, o caráter conservador, fundamentalista e fisiológico da maioria parlamentar eleita pelo peso do poder econômico e de negociatas impublicáveis”, diz o documento.

No texto de Resolução Política, aprovado no encontro, o partido disse também que não haverá trégua a um governo Temer, chamado de ilegítimo e ilegal. “O Partido dos Trabalhadores jogará todas as suas energias, em conjunto com os demais agrupamentos e movimentos democráticos, estimulando os Comitês pela Democracia e contra o Golpe.

Em cada cidade e Estado, em cada local de trabalho e estudo, vamos nos mobilizar para deter a aventura golpista e defender a legalidade, exigindo que o Senado respeite a Constituição.

Se a oposição de direita insistir na rota golpista, reafirmamos que não haverá trégua nem respeito frente a um governo ilegítimo e ilegal”, diz o texto.

A direção nacional aponta também que o governo precisa de uma reorganização no seu ministério. “É fundamental que o governo recomponha seu ministério com personalidades e representantes de grupos que estejam firmes e comprometidos com a luta democrática e antigolpista”, afirma.

Felipe Cury, dirigente do PT Recife, diz que o que foi visto na votação do impeachment foi um circo de horrores. “Estamos vivendo um momento triste, indigno da nossa história libertária e democrática de Pernambuco e do Brasil.

O povo trabalhador e pobre deste País ainda não sabe o quanto está perdendo e vai perder se o golpe parlamentar se consolidar.

Se há alguma coisa boa neste processo, é que a população pôde ver a que baixo nível chegou a representação política na Câmara Federal, uma vergonha assistir aquele festival de irresponsabilidade.

Os deputados justificavam o voto por tudo, menos por seus eleitores, foram raras as exceções”.

Felipe Cury diz partidos e movimentos precisam estar juntos. “Mais do que nunca tem que haver luta por garantias de direitos e organização popular.

A hora é de unir a esquerda e todos movimentos sociais que fazem parte das frentes pela democracia.

Também foi muito importante a direção nacional fazer uma autocrítica.

Sempre defendemos que o PT precisar se renovar e resgatar bandeira históricas do partido, quando a nacional reconhece ter reaprendido que o nosso maior instrumento é a mobilização social, para mudar a sociedade e o Estado, ajuda a olhar para frente com outras perspectivas”.

Na resolução, o PT também reconhece e ressalta o apoio de legendas como o PC do B, PSOL, PDT e PCO e dos movimentos sociais.