Na justificativa de seu voto pela admissibilidade do processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff, o deputado federal Jair Bolsonaro (PSC-RJ) fez uma menção ao coronel Brilhante Ustra, foi responsável pela tortura de mais de 500 pessoas durante a ditadura, incluindo a atual presidente, segundo a Comissão Nacional da Verdade.
LEIA MAIS: » Durante votação, Jean Wyllys cospe em direção a Jair Bolsonaro » Bolsonaro lembra militares de 64 e coronel Ustra ao declarar voto a favor do impeachment » Presa política lembra como conheceu Coronel Ustra, torturador homenageado por Bolsonaro No Facebook, a principal página relacionada ao chefe do DOI-Codi, órgão responsável pela repressão a opositores da ditadura, ganhou quase 3 mil curtidas nas últimas 72 horas - um crescimento de 3.323,2% no ritmo médio de novos seguidores, segundo o UOL. “Pela memória do coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra, o pavor de Dilma Rousseff, pelo exército de Caxias, pelas Forças Armadas, pelo Brasil acima de tudo e por Deus acima de tudo, o meu voto é sim”, disse o carioca. » Dilma diz ser lamentável Bolsonaro homenagear torturador na Câmara » Instituto Herzog manifesta indignação contra declaração de Bolsonaro » Em nota, PPS repudia declaração de Bolsonaro e presidência de Eduardo Cunha na Câmara Em resposta ao comentário do deputado, a presidente deu a seguinte declaração: “Fui presa nos anos 1970.
De fato, eu conheci bem esse senhor a que ele se referiu.
Foi um dos maiores torturadores do Brasil, contra ele recai não só a acusação de tortura, mas também de mortes. É terrível ver alguém votando em homenagem ao maior torturador que o Brasil conheceu”.
Não é a primeira vez que Jair Bolsonaro usa os microfones da Câmara dos Deputados para homenagear Brilhante Ustra, morto em outubro do ano passado. “Um herói que desde jovem esteve na linha de frente do combate à guerrilha em nosso país.
Enfrentou maus brasileiros, verdadeiros doentes mentais, que treinados por Fidel Castro e financiados pela União Soviética, tentaram aqui implantar a ditadura do proletariado.” » OAB-RJ vai ao STF pedir a cassação do mandato de Jair Bolsonaro » Em nota, OAB de Pernambuco critica deputado Jair Bolsonaro por homenagear general da Ditadura em discurso De acordo com o UOL, em 2008, Bolsonaro foi além. “O erro da ditadura foi torturar e não matar”, disse a manifestantes.
Na última terça-feira, a OAB-RJ anunciou que irá recorrer ao Supremo Tribunal Federal (STF) para pedir a cassação do mandato de Bolsonaro.
A entidade informou que também pode recorrer à Corte Interamericana de Direitos Humanos para pedir que o deputado deixe o cargo.