O senador Cristovam Buarque (PPS-DF) anunciou em Plenário, nesta sexta-feira (22), que votará pela abertura do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff, embora ainda não tenha posição sobre a fase seguinte, o julgamento em si do pedido.
Ao justificar sua posição, ele disse que os senadores não podem “rasgar”, sem analisar o mérito, o pedido com apoio de 367 deputados.
Reconheceu, contudo, que constrange a forma como o processo foi votado na Câmara dos Deputados e o fato de chegar ao Senado com a assinatura do deputado Eduardo Cunha, o presidente daquela Casa. — É a mesma assinatura que assina cheques em contas secretas escondidas na Suíça, a mesma assinatura que maneja milhões de dólares e euros em contas secretas, que ele disse não tinha.
Isso me constrange! — afirmou.
Cristovam mais uma vez contestou que o processo do impeachment seja um golpe, argumento sustentado pelos partidários da presidente Dilma.
Afirmou, porém, que a existência de crime de responsabilidade, argumento que serve de base ao pedido, precisa ser verdadeiramente comprovada. — Nem pode ser golpe, nem parecer golpe e tampouco ter cheiro de golpe.
Para isso, é preciso estar muito claro o que houve e sabermos explicar ao povo o que houve.
E aí alguns podem espernear, mas é um esperneio que será feito por alguns, e não pela população.
Em discurso nesta sexta-feira (22), o senador Hélio José (PMDB-DF) se disse favorável à admissão do processo de impeachment pelo Senado, mas negou que esteja fazendo prejulgamento da presidente da República, Dilma Rousseff. — Na comissão [especial do impeachment], serei pela admissão do processo.
O que não quer dizer que estamos fazendo prejulgamento de nada, pois a análise será feita depois, durante os 180 dias, quando teremos nossa posição de juiz tomada no momento certo.
Não cabe a um juiz proferir sua sentença antes do julgamento — frisou.
Hélio José também defendeu o vice-presidente da República, Michel Temer, que é presidente licenciado do PMDB. — O nosso presidente Michel Temer está fazendo reuniões e se organizando para o caso de assumir o governo, a partir da primeira quinzena de maio.
Isso não é golpe.
Isso é organizar uma situação para que possamos assumir o governo, caso isso venha a ocorrer.
Em seu pronunciamento, o parlamentar também saudou os 56 anos de inauguração de Brasília, comemorados na quinta-feira (21). — Brasília é formada por um conjunto de cidades que tem vida própria, uma dinâmica própria, formadas por pessoas que vieram de sul a norte, de leste a oeste, fazendo uma verdadeira integração nacional — disse.
Na Agência Senado