Por Paulo Veras do Jornal do Commercio Único pernambucano já indicado para a comissão do Senado que analisará o impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT), o ex-ministro da Integração Nacional Fernando Bezerra Coelho (PSB) disse não acreditar que o resultado do processo será influenciado por pressão do governo ou do grupo pró-impeachment.

Para o socialista, porém, o cenário hoje é desfavorável para os petistas. “Não vai ter muito tumulto.

Porque a única coisa que não está definida é se o relator vai usar todo o prazo regimental (de dez dias).

E essa é uma decisão de ordem pessoal”, explicou.

Após a apresentação do relatório analisando a denúncia contra Dilma Rousseff, o plenário do Senado precisa votar em 48 horas se aceita ou não julgar o impeachment.

Se 41 senadores admitirem a abertura do processo, a presidente é afastada por 180 dias até que seja batido o martelo. “O governo ganhou um pouco mais de prazo (adiando a instalação da comissão para a próxima semana).

Mas não tem a chance de ter nem o presidente nem o relator da comissão, porque o bloco de senadores do governo ficou apenas como o terceiro maior”, adiantou Bezerra Coelho. “E a maioria dos nomes anunciados é claramente favorável ao afastamento.

A comissão é amplamente favorável ao impeachment”, emendou o socialista. É o caso dele e do outro senador do PSB que integrará o colegiado: Romário (RJ).

Dos sete nomes do partido na Casa, cinco defendem a saída de Dilma do cargo e apenas dois acreditam que ela deveria continuar na presidência.

Fernando Bezerra Coelho também diz não acreditar que o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), possa influenciar o andamento do impeachment na Casa.

Renan, que já disputou influência dentro do PMDB com o vice-presidente Michel Temer, vai presidir a sessão que decidirá se instaura a denúncia e afasta Dilma Rousseff do gabinete. “Ele tem dito que o que ele não quer é atropelar prazos que possam levar à judicialização do processo”, disse.

Apesar disso, o pernambucano não acredita que o Senado leve os seis meses de prazo máximo para apreciar o impeachment. “Com Collor foi pouco menos de 90 dias”, lembra.