https://www.youtube.com/watch?v=1WeaWDDQNQg Da ABr - “Eu fui espancada por ele [Coronel Ustra] ainda no pátio do Doi-Codi.
Ele me deu um safanão com as costas da mão, me jogando no chão, e gritando ‘sua terrorista’.
E gritou de uma forma a chamar todos os demais agentes, também torturadores, a me agarrarem e me arrastarem para uma sala de tortura”.
LEIA MAIS: > Durante votação, Jean Wyllys cospe em direção a Jair Bolsonaro > Bolsonaro lembra militares de 64 e coronel Ustra ao declarar voto a favor do impeachment Uma das milhares de vítimas da ditadura militar, Amelinha Teles, descreveu assim seu encontro com Carlos Alberto Brilhante Ustra, conhecido como “Coronel Ustra”, o primeiro militar reconhecido pela Justiça como torturador na ditadura.
Ao programa Viva Maria, da Rádio Nacional da Amazônia, Amelinha contou como era o homem admirado por Jair Bolsonaro (PSC-RJ) e citado pelo parlamentar durante seu voto a favor do impeachment de Dilma Rousseff, ontem (17), no plenário da Câmara dos Deputados. > Ao votar ‘sim’, Eduardo Cunha pede que “Deus tenha misericórdia da nação” > Após suspense, Tiririca vota a favor do impeachment de Dilma “Ele levar meus filhos para uma sala, onde eu me encontrava na cadeira do dragão [instrumento de tortura utilizado na ditadura militar parecido com uma cadeira em que a pessoa era colocada sentada e tinha os pulsos amarrados e sofria choques em diversas com fios elétricos atados em diversas partes do corpo] , nua, vomitada, urinada, e ele leva meus filhos para dentro da sala?
O que é isto?
Para mim, foi a pior tortura que eu passei.
Meus filhos tinham 5 e 4 anos.
Foi a pior tortura que eu passei”, disse a ex-militante do PcdoB. » UNE diz que Câmara aprovou ‘de forma viciada’ o pedido de impeachment » Dilma se diz injustiçada e indignada com abertura do processo de impeachment » “Presidenta está tranquila e decidida a lutar contra o golpe”, diz aliada, após reunião no Palácio do Planalto O militar lembrado pelo parlamentar foi chefe-comandante do Destacamento de Operações Internas (DOI-Codi) de São Paulo no período de 1970 a 1974.
Em maio de 2013, ele compareceu à sessão da Comissão Nacional da Verdade.
Apesar do habeas corpus que lhe permitia ficar em silêncio, Ustra respondeu a algumas perguntas.
Na oportunidade, negou que tivesse cometido qualquer crime durante seu período no comando do Destacamento de Operações Internas paulista.
Em abril de 2015, a ministra do Supremo Tribunal Federal (STF), Rosa Weber, suspendeu uma das ações penais contra Ustra que tramitava na Justiça Federal em São Paulo.
Atendendo a pedido feito pela defesa do militar, a ministra disse, na decisão, que suspendeu a ação pois era necessário aguardar o julgamento da Lei de Anistia pela própria Corte.
O militar morreu em 15 de outubro de 2015 no Hospital Santa Helena, em Brasília.
Ele tratava de um câncer. > Internautas satirizam as declarações de voto dos deputados > Veja como votaram os deputados pernambucanos no impeachment > Voto pernambucano sacramenta impeachment de Dilma Rousseff Hoje, Amelinha integra a Comissão de Familiares de Mortos e Desaparecidos Políticos e é assessora da Comissão da Verdade do Estado de São Paulo Rubens Paiva.
Para ela, a homenagem de Bolsonaro a um de seus torturadores pode ser o resgate de uma das páginas mais tristes da história do Brasil. “O que significa essa declaração do deputado é que ele quer que o Estado brasileiro continue a torturar e exterminar pessoas que pensem diferente dele.
Que democracia é essa que quer a tortura, a repressão às pessoas que não concordam com suas ideias?”.