O prefeito de Jaboatão dos Guararapes, Elias Gomes, nesta segunda-feira (18), “cobrou” uma autocrítica da presidente Dilma Roussef e defendeu como “inadiável” um aceno ao País sobre uma mudança política, com a convocação de uma Constituinte exclusiva para a reforma política.
Na sua avaliação, a votação que garantiu a abertura do processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff, na Câmara dos Deputados, foi mais uma demonstração de que o modelo político nacional precisa ser mudado urgentemente.
De acordo com Elias, o “constrangimento” da longa sessão da Câmara dos Deputados, com muitos parlamentares dedicando seus votos à família – o “alô, papai, alô, mamãe e até o voto pra titia” –, expôs, num momento crucial da vida nacional, a falta de consciência e o pouco aprofundamento da importante manifestação do voto, além da “sofrível” qualidade do Legislativo.
Para ele, as oposições, inclusive o seu próprio partido, precisam refletir e tirar lições do processo, onde erros foram cometidos.
A votação, disse ele, manteve o Brasil divido e é necessário, mais do que nunca, que se encontre o “ponto de equilíbrio” para que se busque tirar o País das crises ética, política e econômica. “A postura das forças políticas, e agora especialmente as de oposição, precisa ser a de uma atitude de alargamento e de grandeza, para se credibilizar à grande missão de, a se confirmar o processo, fazer um governo de transição voltado à superação das crises, com conteúdos e qualidades necessários à tão necessária governabilidade.
Para isso, algumas medidas de assepsia são necessárias”, afirmou.
Na avaliação do tucano, as oposições, principalmente o PSDB, PPS e DEM, devem se comprometer em fazer andar com a velocidade necessária o processo de afastamento do presidente da Câmara, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), para então se costurar a eleição de um político de autoridade moral e política e com credibilidade para o cargo. “Cunha precisa sair do jogo.
Ele não pode ser beatificado sob o manto do impeachment”, disse Elias, que vem defendendo para a presidência da Câmara o nome do deputado pernambucano Jarbas Vasconcelos (PMDB).
Na avaliação de Elias Gomes, também é urgente um aceno ao País no sentido de procurar mudar em profundidade o atual sistema político brasileiro, para ele a causa maior dos desmandos e da banalização da compra e venda de apoios políticos.
Pela sua proposta, isso viria com a convocação de uma Constituinte exclusiva para a reforma política, simultaneamente com as eleições municipais de outubro.
Os eleitos não seriam deputados e nem formariam a próxima legislatura. “Eles teriam a missão de realizar uma verdadeira e profunda reforma política, abordando questões como cláusula de barreira, fim das coligações, rigor nos estatutos programáticos das legendas, para cumprimento, sob pena de extinção, e uma reestruturação do quadro partidário, para atacar este grande mercado de criação de partidos, de forma a deixar meia dúzia de paridos, mas partidos de verdade”, sugeriu.