Da ABr - A presidente Dilma Rousseff disse nesta terça-feira (19), em entrevista a correspondentes estrangeiros, no Palácio do Planalto, ser “lamentável” que o deputado Jair Bolsonaro (PSC-RJ) tenha feito uma homenagem ao torturador da ditadura militar Carlos Alberto Brilhante Ustra, morto em 2015.
Dilma foi questionada pelos jornalistas sobre a declaração do deputado, feita no último domingo, ao dar seu voto favorável ao processo de impeachment, na Câmara dos Deputados.
LEIA MAIS: » Presa política lembra como conheceu Coronel Ustra, torturador homenageado por Bolsonaro “De fato, fui presa nos anos 70, de fato, eu conheci bem esse senhor ao qual ele [Bolsonaro] se refere.
Foi um dos maiores torturadores do Brasil.
Sobre ele, recai não só acusação de tortura, mas também acusação de morte. É só ler os papéis da Comissão da Verdade e mesmo outros relatos”, afirmou Dilma, em entrevista a correspondentes estrangeiros, no Palácio do Planalto.
A presidente disse considerar “gravíssima a aventura golpista” em curso no país, porque teria levado a uma situação de polarização que não se vivia no Brasil, “que é uma situação de raiva, ódio e perseguição”. » Em nota, Jean Wyllys explica por que cuspiu em Jair Bolsonaro » Durante votação, Jean Wyllys cospe em direção a Jair Bolsonaro “Eu lastimo que esse momento no Brasil tenha dado abertura para a intolerância, para o ódio, para esse tipo de fala [de Jair Bolsonaro].
Num processo como o nosso, em que a democracia resulta de uma grande luta de resistência, que abrangeu os mais variados setores, é terrível você ver num julgamento alguém votando em homenagem ao maior torturador que esse país conheceu. É lamentável”, reiterou. » FBC diz que Senado terá entre 47 e 54 votos a favor do impeachment » Armando Monteiro admite pedir exoneração para lutar contra impeachment no Senado » Bolsonaro lembra militares de 64 e coronel Ustra ao declarar voto a favor do impeachment Os deputados aprovaram, no domingo (17), por 367 votos a favor e 137 contra, o prosseguimento do processo de impeachment contra a presidente Dilma.
Em uma entrevista concedida à imprensa, ontem (18), Dilma disse se sentir indignada e injustiçada com a decisão da Câmara dos Deputados. » Impeachment é aprovado na Câmara e segue para o Senado Se a admissibilidade do afastamento for aprovada também pelos senadores, a presidente será afastada do cargo por até 180 dias, enquanto o Senado analisa o processo em si, e define se Dilma terá o mandato cassado.