Estadão Conteúdo - Presidente afastado por impeachment do Congresso em 1992, o senador Fernando Collor (PTC-AL) apresentou nesta segunda, 18, em plenário uma espécie de plano de governo e afirmou que a gestão da presidente Dilma Rousseff passa por uma situação pior a que ele atravessou às vésperas de perder o cargo.
Em pronunciamento, o ex-presidente disse que o momento do País é gravíssimo e que é preciso um desenlace da crise.
LEIA TAMBÉM: > Documentos do impeachment chegam ao Senado > Senadores querem PEC para novas eleições junto com impeachment > Dilma se diz injustiçada e indignada com abertura do processo de impeachment “Tenho plena convicção (…) de que, em meu governo, o Brasil não retrocedeu em nenhum setor, em nenhuma avaliação relevante.
Apesar da abrupta interrupção de meu mandato, creio: o legado foi positivo”, disse Collor, da tribuna do Senado.
LEIA TAMBÉM: > Acompanhe os próximos passos do processo de impeachment > Armando Monteiro admite pedir exoneração para lutar contra impeachment no Senado Embora tenha tecido uma série de críticas ao governo Dilma, o ex-presidente ressalvou ser “imprudente” adiantar seu voto quanto à eventual punição da petista.
O senador afirmou que qualquer palavra que dê no momento poderão se criar “celeumas”, o que não seria sua intenção.
Ele disse que desde 2012 vinha chamando a atenção para o “esfacelamento institucional” do País". “O tempo e o presente quadro de degradação do País me deram razão.
Porém, o que perdurou foi a postura de sempre: me ouviram, mas não me escutaram”, criticou.
LEIA TAMBÉM: > Levantamento aponta que impeachment tem maioria no Senado > Humberto Costa diz que Senado é mais ‘ponderado’ e Dilma vencerá o impeachment Em nome do novo bloco partidário formado por 10 senadores, intitulado Moderador, o ex-presidente um conjunto de propostas para a gestão governamental intitulado “Brasil: Diretrizes para um Plano de Reconstrução”.
Entre as medidas, ele defendeu um enxugamento da máquina do Estado, a modernização da economia tendo a iniciativa privada como principal motor, ações na área de direitos humanos e até uma sugestão de se fazer uma reforma política para alterar o regime de governo para parlamentarista.
Em aparte, o senador Cristovam Buarque (PPS-DF), ex-ministro da Educação do governo Lula, elogiou a atuação de Collor na área, a quem disse ter “autoridade especial” para falar do assunto.
Ele destacou que no mandato do então presidente foi se feito o “único verdadeiro esforço” de federalizar a educação no Brasil, com a construção de cerca de 550 centros integrados de atendimento à criança.