A presidente Dilma Rousseff disse no fim da tarde desta segunda-feira que se sentia indignada e injustiçada com a abertura do processo de impeachment aprovado por ampla maioria na Câmara dos Deputados no domingo.
Disse que vai se defender até o fim, voltou a afirmar que não cometeu crime de responsabilidade e a acusar o vice-presidente, Michel Temer, e o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, de traição e golpe.
Confira os destaques do pronunciamento: Eu me sinto injustiçada.
Injustiçada porque considero que esse processo é um processo que não tem base de sustentação.
A injustiça sempre ocorre quando se esmaga o processo de defesa, mas também quando de uma forma absurda se acusa alguém por algo, primeiro que não é crime, e segundo acusa e ninguém se refere a qual é o problema.
Eu assisti ao longo da noite de ontem a todas as intervenções, e não vi uma discussão sobre o crime de responsabilidade que é a única maneira de se julgar um presidente da República no Brasil.
Eu não os fiz ilegalmente (sobre as chamadas pedaladas fiscais), não cometi os atos baseados em ilegalidade.
Tenho certeza que todos sabem que é assim.
Além disso, é muito interessante que contra mim não há acusação de enriquecimento ilícito.
Por isso, me sinto injustiçada, porque aqueles que praticaram atos ilícitos e têm contas no exterior presidem a sessão e conduzem sessões importantes como a do impeachment de um presidente da República. É estarrecedor que um vice-presidente no exercício do seu mandato conspire contra a presidente abertamente.
Em nenhuma democracia do mundo uma pessoa que fizesse isso seria respeitado porque a sociedade humana não gosta de traidores.
No passado, enfrentei por convicção a ditadura.
E agora enfrento também um golpe de Estado.
Não o golpe tradicional da minha juventude, mas o golpe infelizmente da minha maturidade.
Um golpe que usa aparência democrática.
Nenhum governo poderá ser legitimo sem ser por obra do voto secreto, direto em eleição convocada previamente para esse fim, na qual todos os cidadãos participem.
Tenho certeza que nós teremos a oportunidade de nos defender no Senado.
Nós estamos no início da luta, essa luta será muito longa e demorada .Ela não é simples e exclusivamente.
Essa parte é uma muito importante para a democracia.
Não é por mim, mas é pelos 54 milhões que eu tive.
Voto pernambucano sacramenta impeachment de Dilma Alvos da Lava Jato votam pelo impeachment