Estadão Conteúdo - Logo depois de uma entrevista coletiva em que deputados governistas disseram ter votos para barrar o impeachment na votação deste domingo, líderes da oposição ocuparam o mesmo espaço no Salão Verde da Câmara e anunciaram que pelo menos 370 votos estão garantidos a favor do afastamento da presidente Dilma Rousseff (são necessários pelo menos 342) e pediram calma nas ruas. “Temos certeza de que os votos estão absolutamente consolidados, o governo faz cortina de fumaça para desviar a atenção.

Os votos aumentam a cada hora e já são mais de 370 a favor do impeachment”, afirmou o líder do DEM, Pauderney Avelino (AM). »> Acompanhe a cobertura do SJCC O presidente do Solidariedade, Paulinho da Força (SP), apostou em 377 votos contra o governo e disse temer confusão nas ruas. “O PT sabe que perdeu, por isso temos que pedir tranquilidade aos manifestantes a favor do impeachment, sem provocação.

Eles terão no máximo 133 votos”, afirmou o deputado. “Agora é tchau querida”, ironizou o parlamentar.

A provocação é referência à maneira como o ex-presidente Lula se despediu de Dilma, em telefonema gravado durante a Operação Lava Jato, e virou palavra de ordem nos cartazes pró impeachment.

LEIA TAMBÉM: > Jarbas diz que oposição já contabiliza 367 votos a favor do impeachment > Governistas negociam apoio em eleições em troca de votos contra impeachment > Bancada de Pernambuco tem 16 votos a favor e 5 contra impeachment O deputado do PMDB Carlos Marun (MS) mostrou preocupação com uma possível manobra dos aliados da presidente Dilma para evitar a votação nesta tarde. “O jogo está jogado.

Nós sabemos que ganhamos e eles sabem que perderam.

Queremos serenidade agora.

Tenho certo receio que pessoas tentem prejudicar o andamento deste dia histórico no Congresso.

Minha preocupação é que o governo tente manobrar no Congresso para adiar a votação”, afirmou Marun.

Líder do PPS na Câmara, Rubens Bueno (PR) afirmou que o governo “blefa”, primeiro ao classificar o impeachment de golpe, depois por ter ido à Justiça tentar evitar a votação do impeachment. “O governo, desesperado, continua tentando blefar”, declarou.

Os oposicionistas disseram nunca ter contabilizado o voto do vice-presidente da Câmara, Waldir Maranhão (PP-MA).

Embora seja muito próximo ao presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), adversário da presidente Dilma, Maranhão anunciou voto a favor do governo na sexta-feira, 15.

Nesta madrugada, porém, líderes do PP disseram que Maranhão mudou de lado e votaria a favor do afastamento.

Pela manhã, Maranhão negou a informação e reiterou que votará contra o impeachment.