Estadão Conteúdo - Após terminar de anunciar o seu voto no plenário da Câmara dos Deputados, Jean Wyllys (PSOL-RJ) cuspiu na direção do parlamentar Jair Bolsonaro (PSC-RJ).
Por serem do mesmo Estado, os dois votaram no mesmo bloco na Câmara dos Deputados sobre o processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff.
Em seu discurso, Bolsonaro enalteceu o ex-chefe de um dos órgãos de repressão da ditadura militar.
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Acompanhe ao vivo » Silvio Costa dispara: “Quem está tentando assumir o poder é o PCC: Partido da Corja do Cunha” “Perderam em 1964, perderam agora em 2016”, disse, fazendo uma referência ao golpe militar. “Contra o comunismo, pela nossa liberdade, contra o Foro de São Paulo, pela memória do coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra, o pavor de Dilma Rousseff, pelo exército de Caxias, pelas Forças Armadas, o meu voto é sim”, defendeu Bolsonaro.
Ele parabenizou o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), dizendo que “ele entrará para a história”.
O deputado Jean Wyllys disse estar “constrangido” de participar de uma “eleição indireta, conduzida por um ladrão, urdida por um traidor conspirador e apoiada por torturadores covardes, analfabetos políticos e vendidos.
Uma farsa sexista”.
Ele declarou seu voto contra o impeachment em nome “dos direitos da população LGBT, do povo negro exterminado nas periferias, dos trabalhadores da cultura, dos sem teto, dos sem terra”. » Chapa ‘Michel Cunha’ quer dar o golpe, diz líder do PT na Câmara » A favor do impeachment, Priscila Krause diz que se pode esperar milagre » Em vídeo, Jair Bolsonaro treina declaração do voto a favor do impeachment; assista » Legislativo não é mero puxadinho do Poder Executivo, diz relator Jean Willys (PSOL-RJ) confirmou ter cuspido na cara de Jair Bolsonaro (PSC-RJ) em resposta a um insulto durante a votação e disse não se arrepender do gesto. “Na hora em que fui votar esse canalha (Bolsonaro) decidiu me insultar na saída e tentar agarra meu braço.
Ele ou alguém que estivesse perto dele.
Quando ouvi o insulto eu devolvi, cuspi na cara dele que é o que ele merece”, explicou Willys.
Indagado se teria sido se arrependido do gesto, ele respondeu: “De jeito nenhum.
Eu cuspiria na cara dele quantas vezes eu quisesse e quantas vezes tivesse vontade”. > Jarbas diz que oposição já contabiliza 367 votos a favor do impeachment > Governistas negociam apoio em eleições em troca de votos contra impeachment > Bancada de Pernambuco tem 16 votos a favor e 5 contra impeachment > Começa com tumulto sessão que vai decidir admissibilidade do impeachment O deputado disse não temer um processo por causa do gesto. “Processo merece quem é machista, que é a favor da violência, quem defende a memória (do coronel Carlos Alberto) Brilhante Ustra, um torturador.
Isso deveria escandalizar vocês, não um cuspe na cara de um canalha”, justificou.
O parlamentar do PSOL não detalhou qual o teor do suposto insulto de Bolsonaro.
Mais cedo, Jean Wyllys já tinha discutido no plenário com o deputado Pastor Marco Feliciano (PSC-SP), membro da bancada evangélica.
O parlamentar carioca disse que Feliciano deveria assumir sua homossexualidade.
O deputado paulista retrucou.
Cunha Wyllys não foi o único a criticar o presidente da Câmara.
Pouco antes, o também deputado do PSOL Glauber Braga disse que Cunha é um “gângster”, se dirigindo diretamente para a Mesa Diretora da Casa. “O que dá sustentação à sua cadeira cheira a enxofre.
Eu voto por aqueles que nunca escolheram o lado fácil da história.” Ele citou nomes de políticos como Carlos Marighella, morto em 1969 pelo regime militar, para votar não. » Líder do PT reconhece “derrota momentânea” e fala em “guerra prolongada” » Bolsonaro lembra militares de 64 e coronel Ustra ao declarar voto a favor do impeachment » Eduardo Cunha ameaça parlamentares que exibem faixa contra ele na Câmara A Casa, mais uma vez, foi tomada por gritos de “Fora, Cunha!”.
Outra parlamentar a criticar diretamente Cunha durante o seu voto foi Jandira Feghali (PCdoB-RJ). “Primeiro, quero registrar minha indignação, deputado Eduardo Cunha, por ainda vê-lo sentado nessa cadeira, sem reunir condições morais para isso.
Segundo, a minha indignação de vê-lo abraçado com um traidor da democracia, que é o vice-presidente Michel Temer.”