Foto: JC Imagem O Diretório Estadual do Partido Socialista Brasileiro (PSB) respondeu, por meio de nota, a carta entregue na noite dessa sexta-feira (15) pela Frente Brasil Popular.
O documento pede que o governador de Pernambuco, Paulo Câmara, mude sua posição em relação ao impeachment e citam o ex-governador Miguel Arraes em vários trechos.
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Na nota, assinada pelo presidente do diretório estadual, Sileno Guedes, a legenda voltou a afirmar que vai votar pelo impeachment da presidente e a realização, com a brevidade possível, de eleições diretas para presidente e vice-presidente da República.
Confira a nota na íntegra: NOTA OFICIAL DO DIRETÓRIO ESTADUAL DO PARTIDO SOCIALISTA BRASILEIRO –PSB 1.
Como é de conhecimento público, na noite de ontem a Frente Brasil Popular de Pernambuco divulgou documento intitulado “Carta ao Governador Paulo Câmara”, na qual faz longa digressão sobre o processo do impeachment da presidente Dilma Rousseff. 2.
Em mais de um trecho da carta são alinhados elogios a Miguel Arraes.
Os signatários invocam, corretamente, mas infelizmente, tão tardiamente “a memória inesquecível das atitudes altivas e das palavras dignas do ex-governador, com as quais ele conquistou uma posição invulgar na história brasileira, tornando-se merecedor de grande respeito por todos os pernambucanos”.
Antes, alguns destes signatários gritavam “Arraes caduco, Pinochet de Pernambuco”. 3.
Informando que acompanha, pela imprensa, os debates travados no PSB sobre o processo do impeachment, questiona a Frente Brasil Popular de Pernambuco, dirigindo-se ao governador Paulo Câmara: “Que escolha V.
Excia. fará até o próximo domingo?” 4.
O questionamento permite a dedução que o “acompanhamento pela imprensa” acima referido é precário.
Jornais divulgaram amplamente que, em reunião da Comissão Executiva Nacional do PSB, em Brasília, no dia 11 passado, colegiado do qual o governador Paulo Câmara é vice-presidente, o PSB aprovou duas importantes resoluções: votar pelo impeachment da presidente e a realização, com a brevidade possível, de eleições diretas para presidente e vice-presidente da República, em substituição dos atuais ocupantes desses cargos. 5.
As duas resoluções resultam da conclusão, amplamente majoritária, entre as lideranças, parlamentares e militâncias do PSB, de que o quadro que penaliza o País – consequência da crise econômica, social, política e ética sem precedentes – não será solucionada por uma presidente que se deslegitimou por efeito de seus atos. 6.
O Diretório Estadual do PSB refuta enfaticamente a ilação da carta de que os pernambucanos são devedores do PT pelos grandes investimentos que o Estado viabilizou no governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, quando era governador Eduardo Campos.
O suposto débito obrigaria os parlamentares do PSB a votarem contra o impeachment neste domingo.
Trata-se de um equívoco.
Os chamados empreendimentos estruturadores, a exemplo da refinaria de petróleo e da fábrica de veículos, vieram para Pernambuco porque o Estado – em meio a uma intensa disputa regional - assegurou as condições financeiras e de infraestrutura para que tais projetos fossem implantados e se desenvolvessem. 7.
O PSB esteve presente com Luiz Inácio Lula da Silva em sucessivas eleições presidenciais e apoiou Dilma Rousseff em 2010.
Nunca o partido trocou este apoio por cargos no Governo Federal do PT e nunca recusou apoio aos governos do PT no Congresso Nacional, quando estavam em votação projetos compatíveis com programas socialistas. 8. É lastreado nessa coerência de posições, e em memória dos compromissos de Pelópidas Silveira, Miguel Arraes e Eduardo Campos, que o PSB exerce agora o direito democrático de escolher entre duas alternativas: dar sustentação a um Governo que se exaure, contaminado por denúncias, ou engajar-se na busca de uma saída constitucional que permita a Nação vencer o desemprego, a recessão e a desesperança, em que foi irresponsavelmente mergulhada pelas decisões de Dilma Rousseff e sua equipe. 9.
Por fim, pelo futuro de Pernambuco, do Nordeste e do Brasil, o PSB, consciente e sem dúvidas, votará pelo impeachment na Câmara dos Deputados e no Senado Federal.
Recife, 16 de abril de 2016 Sileno Guedes Presidente do Diretório Estadual do Partido Socialista Brasileiro