A colunista Mônica Bergamo, da Folha de São Paulo, informa, nesta sexta-feira, que a nomeação de Armínio Fraga para ministro da Fazenda num eventual governo de Michel Temer (PMDB-SP) esbarra em um problema: Aécio Neves (PSDB-MG).

Temer quer que o PSDB, presidido pelo senador, assuma a indicação de Fraga para o posto.

O tucano até ontem se fazia de morto. “A ideia é que Aécio assuma a paternidade de Fraga para amarrar o apoio do PSDB às medidas impopulares que podem ser adotadas pelo eventual futuro governo.

Já o tucano teria dado a entender que Fraga, se assumir, entrará na cota “pessoal” de Temer, livrando os tucanos de qualquer desgaste.

A relutância do senador acendeu o sinal de alerta no entorno do vice-presidente”. “Um outro fator complicador na relação de Temer com o PSDB é José Serra.

O vice-presidente tem boa relação com ele e quer nomeá-lo para um ministério.

Outros tucanos, porém, torcem o nariz”. “O próprio Fernando Henrique Cardoso já disse ao grupo de Temer que Serra tem qualificações para ser ministro, mas pode desagregar a equipe, especialmente se for nomeado para algum cargo ligado à área econômica”. “Serra já foi cogitado para comandar o Ministério do Planejamento caso Temer assuma no lugar de Dilma Rousseff, se o impeachment for aprovado.

A nomeação, no entanto, estaria condicionada ao aval do futuro titular da Fazenda”. “Outra ideia que circula há tempos é colocá-lo no Ministério da Saúde.

Temer, no entanto, pode ter que usar a pasta para abrigar algum partido da base de seu eventual futuro governo.

O próprio Serra já revelou ter dúvidas sobre as vantagens de assumir o cargo sem a garantia de que terá verbas para fazer uma gestão de impacto”.