Da ABr - O jurista Miguel Reale Júnior começou sua fala no plenário da Câmara rebatendo os gritos de guerra de manifestantes favoráveis à manutenção do governo Dilma Rousseff.
Ele abriu discurso na sessão que discute o processo de impeachment da presidente pouco depois das 9h.
Ele falou por 14 dos 25 minutos a que tinha direito.
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No discurso, o jurista – um dos autores do pedido que culminou em todo o processo – chamou os deputados de libertadores e apelou para que aprovem o impedimento da petista. “Nos vivemos um momento de grande aflição no país, estamos sequiosos [sedentos] de nos libertarmos desse turbilhão de mentira e corrupção.
Queremos ressurgir para a saúde.
Os senhores [deputados] são nossos libertadores.
Confiamos em vossas excelências.
Vossas excelências são os libertadores dessa prisão que vivemos, enojados da mentira, da corrupção da inverdade”, clamou.
Miguel Reale, que foi o primeiro a falar na sessão que começou pontualmente às 8h55, ainda rebateu os argumentos da defesa de Dilma que tem sido feita pelo advogado-geral da União, José Eduardo Cardozo – próximo a falar na tribuna da Casa.
Ele reafirmou que houve crime de responsabilidade fiscal. » Plenário da Câmara começa a discutir processo de impeachment; entenda o rito » Líder diz que governo tem quase os 172 votos para barrar impeachment de Dilma » PDT fecha questão contra impeachment e deve punir dissidentes “O tesouro não tinha dinheiro e ao invés de tomar medidas de contenção fiscal e reduzir os gastos, continuou com a gastança para programas de televisão de 2014 [campanha].
E as pedaladas continuaram ao correr de 2015 e continuam a pedalar ainda. É não ter o dinheiro é dizer para o banco: paguem por mim”, afirmou. » PP anuncia desembarque do governo e pede que membros entreguem cargos » Com 22 deputados, PRB fecha questão a favor do impeachment » Enquete: Processo de impeachment contra Dilma deve ser aprovado na Câmara dos Deputados?
Segundo ele, as pedaladas não são apenas um crime contábil e quem está pagando a conta destas medidas é a população. “Dizer que vir a esta Casa para afastar a presidente por sua gravíssima responsabilidade de jogar o país na lama, vai dizer que é golpe?
Vai dizer que é crime?
Golpe foram os valores elevadíssimos e por longo tempo para escamotear a verdade.
Vão dizer que isto não justifica o pedido de afastamento?”