Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil Linha auxiliar do PT, o Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) subiu à tribuna da Câmara dos Deputados, nesta sexta-feira (15), para defender a presidente Dilma e se posicionar contra o impeachmente.

O primeiro parlamentar a falar foi Ivan Valente (PSOL-SP). “O que existe de verdade é uma operação em curso, senhor presidente, senhores deputados, para substituir Dilma por Temer – o mesmo que assinou as pedaladas fiscais.

Temer tem 60% de rejeição.

Ninguém quer o Temer.

Quem saiu para a rua para dizer ‘fora presidente Dilma’, não vai para rua para defender o Temer.

Esta é a grande farsa que está sendo montada pela grande mídia e pelos partidos de oposição que já estão distribuindo os ministérios”, afirmou. “Temos um réu comandando uma farsa.

E pior: ele está livre, leve e, principalmente, solto, comandando uma farsa.

Todo debate que temos aqui é que a presidente da república precisa ser cassada por crime de responsabilidade.

E a acusação é de pedalada fiscal (…) Isto que eles estão falando, que seria um descalabro econômico, foi praticado conjuntamente por esta casa”, argumentou o deputado, líder da bancada na Câmara.

Para Valente, como não existe crime de responsabilidade, mas sim uma questão contábil, o que os defensores do impeachment querem é um álibi para tirar a presidenta Dilma Rousseff para os brasileiros pagarem pela crise econômica, promovendo reformas trabalhistas com objetivo de tirar direitos da classe trabalhadora. “O que está acontecendo aqui tem nome: ruptura institucional, golpe institucional”, concluiu.

Em seu perfil no Facebook, a assessoria do deputado Chico Alencar denunciou boicote aos deputados que se manifestaram contra o golpe. “Cunha manipula os mínimos detalhes: a TV Câmara fechou o ângulo no Ivan (orador, líder do PSOL) durante o minuto em que Chico segurou o cartaz”.

Em entrevista ao programa Palavras Cruzadas, da TV Brasil, o ministro-chefe da Secretaria de Comunicação Social da Presidência, Edinho Silva, disse confiar na capacidade de discernimento dos deputados na votação do impeachment de Dilma Rousseff no próximo domingo (17). “Os parlamentares foram eleitos pelo povo e não devem ter medo de Eduardo Cunha (PMDB-RJ), presidente da Câmara dos Deputados”. “Estamos partindo do pressuposto que os parlamentares têm medo do presidente da Casa? É disso que estamos falando?

Estamos falando de parlamentares que foram eleito pelo voto popular, que têm que prestar contas com a sociedade brasileira.

Tirar o Brasil da crise e construir uma agenda de futuro para o País é papel do Congresso.

Então, eu confio na capacidade de discernimento de cada parlamentar brasileiro”, afirmou Edinho.

O ministro disse que o muro montado pelo governo do Distrito Federal para separar os manifestantes na Esplanada dos Ministérios estimula ainda mais a intolerância. “Nós temos que derrubar essa parede.

Se formos buscar a origem deste ambiente de ódio, que já começa a contaminar outras esferas da sociedade.

Está mudando a cultura da nação brasileira”.

Edinho Silva também criticou o que chamou de “criminalização da política”, ao ser questionado se a nova composição partidária do governo não pode gerar novos episódios de corrupção.

Na Câmara, o líder do governo na Câmara dos Deputados, José Guimarães (PT-CE), também chamou de tentativa de golpe contra a presidente, Dilma Rousseff, em votação marcada para o próximo domingo (17) e disse que será derrotada com pelo menos 200 votos no plenário. “E as pedaladas que foram praticadas por outros governos e pelo vice-presidente?

Temer presidente e Eduardo Cunha vice é a saída para o Brasil?

Temos compromisso com a democracia.

Podemos até ter eleições gerais, mas jamais ter uma eleição indireta dentro deste parlamento.

Não é saída para a crise econômica, para a crise política”, disse. “Esse impeachment não tem outro nome a não ser golpe de Estado dado por aqueles que não têm voto para governar o Brasil.” Com informações da Agência PT