“Votaria pelo impeachment” Carlos Eduardo Cadoca ( sem partido) Deputado Federal “A decisão de votar o impeachment de uma presidente eleita democraticamente é altamente complexa.

Requer, portanto, muita responsabilidade e serenidade para definir qual caminho seguir, independentemente das naturais pressões de quem é contra e de quem é a favor.

Estava e estou pronto para assumir a minha responsabilidade neste processo.

Foi consolidado, entretanto, pelo governador de Pernambuco Paulo Câmara, segundo já informado pela imprensa, que os quatro secretários estaduais licenciados da Câmara reassumirão nesta quinta-feira os respectivos mandatos, o que, de pronto, na condição de suplente, elimina automaticamente minha participação na votação de domingo.

LEIA TAMBÉM: > Cadoca deixa o PCdoB e deve ir para PDT > Geraldo Julio nomeia esposa de Cadoca para os quadros da Prefeitura do Recife > Augusto Coutinho, Fernando Monteiro, Cadoca e Raul Jungmann voltam ao Congresso com saída de deputados Nem por isso deixarei de revelar a decisão de como votaria caso estivesse lá.

Tive muitas dúvidas, tanto que vinha declarando a minha indefinição em relação ao voto, mas o agravamento das crises política, econômica e, além de tudo, o ambiente no Congresso, muito hostil e adverso ao Governo, coloca-nos diante de algumas questões pragmáticas: • mesmo que o impeachment não passe, como será essa relação daqui para frente? • como tocar as medidas urgentes de que o Brasil precisa para superar esse momento de tamanha instabilidade sem uma base congressual forte? • como dar andamento aos projetos e propostas para injetar novo ânimo na economia em meio a um clima tão acirrado e que , inclusive e lamentavelmente, começa a ultrapassar o limite de civilidade e do respeito ?

Infelizmente, na minha avaliação, a presidente Dilma, a quem respeito e cuja base de apoio integrei até me desfiliar do PCdoB, perdeu as condições de governabilidade.

Eu, portanto, votaria SIM, pela continuidade do processo de impeachment.

O ideal seria que absolutamente nada disso estivesse acontecendo, mas há um fato que não pode ser desconsiderado: o Brasil está congelado em um cenário inimaginável. É necessário, portanto, vencer este momento gravíssimo e seguir em frente.

O país, os brasileiro, os partidos políticos, nós políticos, as instituições, governadores, prefeitos, trabalhadores, enfim, todos, temos de nos unir para arrefecer o clima de alto acirramento instalado na nossa rotina e encontrar caminhos e soluções que nos conduzam rapidamente a um novo rumo.

Se houver o imperioso entendimento, como acho que deve acontecer, não tenho dúvidas: vamos vencer as adversidades”.