Estadão Conteúdo - Em uma sinalização de que está disposta a ampliar o espaço do PP no governo, a presidente Dilma Rousseff entregou a diretoria-geral do Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (Dnocs) para o partido.
Na edição do Diário Oficial da União desta terça-feira, 5, o Planalto nomeou Antonio Iran Costa Magalhães para o posto.
O orçamento do órgão é de R$ 1,1 bi para 2016.
LEIA TAMBÉM: » Dilma e Temer oferecem pastas ao PP » PSD libera bancada na Câmara na votação do impeachment; PP também cogita liberar Engenheiro civil de formação, Magalhães é cearense e ligado ao deputado Macedo (CE), recém-filiado ao PP, após deixar o PSL.
O novo diretor ocupará o lugar de Walter Gomes de Souza, que tinha sido indicado pelo PMDB e foi exonerado do cargo na semana passada após o partido romper com o governo.
Oficialmente, o PP afirma que a nomeação do Dnocs faz parte de uma “dívida antiga” da presidente com a sigla.
Segundo parlamentares do partido, o governo tinha prometido entregar o comando do departamento à legenda desde que o PP assumiu o Ministério da Integração Nacional. » PP define nomes para Saúde, Integração e Caixa » Deputados do PP e até PSB são alvo de manifestação do Vem pra Rua, no Recife » Para Aécio Neves, Dilma perdeu credibilidade de forma definitiva Além da diretoria-geral do Dnocs, a cúpula do PP espera, para os próximos dias, mais nomeações para o segundo escalão do governo, principalmente para o Banco do Nordeste (BNB) e para a Companhia de Desenvolvimento do Vale do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf).
Discurso oficial As nomeações para o segundo escalão contrariam discurso oficial da própria cúpula do partido.
Na edição desta terça do jornal O Estado de S.
Paulo, o presidente do partido, senador Ciro Nogueira (PI), tinha dito que nenhum indicado do partido assumiria nenhuma pasta no governo até o julgamento do impeachment, o que foi reiterado em nota divulgada nesta terça.
Apesar do discurso, Ciro articulou hoje nos bastidores para passar uma mensagem ao governo de que o PP, que soma 49 deputados, vai permanecer na base.
Ciente de que tem maioria governista, ele decidiu antecipar para esta quarta-feira, 6, a votação sobre o desembarque ou não do governo.
Até então, a ideia era tomar essa decisão somente após a votação do impeachment. » PP marca para abril decisão sobre permanência no governo » PGR denuncia 7 políticos do PP por corrupção e ocultação de bens na Lava Jato A votação está marcada para ocorrer na reunião das bancadas da Câmara e do Senado convocada pelo dirigente para 14h desta quarta.
Mas a votação foi contestada pela ala pró-impeachment.
Ciente de que perderia o pleito, o grupo argumenta que somente o diretório nacional seria a instância apropriada para tomar a decisão.
O deputado Jerônimo Goergen (RS) acusou o presidente do PP de tentar criar um “fato político” com a reunião de hoje, para sinalizar ao governo de que a sigla permanecerá na base.
Isso porque, apesar da validade política, a votação pode ser contestada na Justiça, por a reunião da bancada não ser a instância adequada. » PP define nomes para Saúde, Integração e Caixa » MP suspende propaganda do PP em Pernambuco por privilegiar imagem de Eduardo da Fonte “Não estou entendendo essa atitude deles.
Estou cumprindo o que eles pediram”, reagiu Ciro Nogueira.
Ele lembrou que foi a própria ala pró-impeachment que pediu em reunião ontem para que a decisão sobre desembarque fosse antecipada, inclusive ameaçando entrar na Justiça para obrigá-lo.
O dirigente ressaltou também que o documento que deve ser votado hoje será, inclusive, o elaborado pela ala anti-Dilma e que, a pedido do grupo, ele abriu exceção para que a bancada do PP no Senado também votasse na reunião. “Acho que viram que não tem esse número (para aprovar o desembarque) e estão criando essa celeuma”, disse Ciro. » Para Aécio Neves, Dilma perdeu credibilidade de forma definitiva » PDT, PMDB, PP, PSB, PSD, PSDB e PTB têm políticos e parentes com offshores Goergen confirmou que a ala pró-impeachment ameaçou entrar na Justiça, mas para obrigar o presidente do partido a convocar a reunião do diretório nacional e não das bancadas no Congresso.
O parlamentar assumiu ainda que o grupo não teria votos suficientes para aprovar o desembarque na votação desta quarta.
As informações são do jornal O Estado de S.
Paulo.