Com a ampliação da expectativa de poder do PMDB, cada vez mais, o PT e seus tentáculos na área sindical estão ampliando a estridência em relação ao vice Michel Temer e ao plano econômico apresentado pelo partyido, como solução para o Brasil.
As sugestões foram chamadas de Ponte para o Futuro.
O Plano Temer pode ser lido aqui .
Nesta semana, a mais nova crítica partiu de Antônio Augusto de Queiroz (Toninho), diretor do Diap e analista político.
Ele classificou o “Uma Ponte para o futuro”, lançado em outubro pela fundação do PMDB, de reacionário e atrasado.
Para as entidades sindicais, o documento não tem valor algum e só ganhou relevância ante o empenho de setores conservadores em colocar Michel Temer no lugar da presidente Dilma. “O documento não reflete postura apenas conjuntural.
Basta ver a posição do PMDB de apoio à terceirização.
O deputado relator na Câmara era Arthur Maia, que havia sido peemedebista, depois do Solidariedade e hoje está no PPS”, observa.
Para o analista político, o “Ponte”, guardadas diferenças de tempo e espaço, faz lembrar a “Carta aos Brasileiros”, com a qual o candidato Lula tentou pacificar o mercado – a “Carta” garantia respeito aos contratos. “O sinal é de que um futuro governo Temer criaria um ambiente mais ‘tranquilo’ aos negócios, por meio de flexibilização e quebra de direitos”. “A prevalência do negociado sobre o legislado remete ao governo neoliberal de FHC, que tentou desmantelar a CLT.
Projeto do Executivo modificava o Artigo 518, para que Convenções e acordos prevalecessem sobre a lei.
FHC chegou a propor mudar o Artigo 118 da CLT, que Lula, logo após assumir, retirou de tramitação no Senado, rememora Toninho.
O diretor do Diap não vê facilidades para aprovação integral dos termos do Plano Temer. “Uma coisa é a intenção, outras são as condições efetivas para que isso se implemente, pois haverá resistências".
O diretor do Diap qualifica a proposta de “atraso monumental do ponto de vista dos trabalhadores” e chama atenção para a parte do documento relativa ao salário mínimo. “Ali se fala em desindexar e desvincular.
Desindexar significa não ter aumento.
A desvinculação afetaria diretamente benefícios previdenciários.
Nos dois casos, haveria arrocho na renda dos trabalhadores”, alerta Antônio Augusto de Queiroz.
Para o diretor do Diap, a mudança indicada no Plano Temer muda a relação empregador-empregado. “O empregador passa a ter um elemento de chantagem que não tinha antes, pressionando, ao mesmo tempo, seu empregado e o Sindicato”, afirma.