A Federação dos Plantadores e Cana do Brasil (Feplana) e a União Nordestina dos Produtores de Cana (Unida) não gostaram das declarações da presidente Dilma Rousseff e lideranças da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag) no Palácio do Planalto, na última sexta-feira.

As duas entidades estudam um processo contra Dilma.

LEIA TAMBÉM: » Canavieiros vão buscar ajuda no Congresso » Canavieiros continuam criticando Dilma e afirmam que presidente está equivocada Os canavieiros argumentam que a presidente da República incita e avaliza o crime ao permitir que líderes de movimentos sociais usem o Planalto para fazer ameaças de invasão de terras, além de difamar o juiz Sérgio Moro, responsável pelo processo da Operação Lava-Jato.

Na última sexta-feira (1º), em cerimônia na sede do Poder Executivo, com a presença de Dilma, o secretário de Finanças e Administração da Contag, Aristides Santos, proferiu ameaças a parlamentares de invasão de propriedades incluindo imóveis particulares e seus gabinetes no Congresso Nacional. » Além de canavieiros, agricultores decidem protestar contra Dilma na inauguração da Via Mangue “A forma de enfrentar a bancada da bala contra o golpe é ocupar as propriedades deles ainda lá nas bases, lá no campo.

E é a Contag, é os movimentos sociais do campo que vão fazer isso.

Ontem dizíamos na passeata: vamos ocupar os gabinetes, mas também as fazendas deles.

Porque se eles são capazes de incomodar um ministro do Supremo Tribunal Federal, nós vamos incomodar também as casas, as fazendas e as propriedades deles”, disse Aristides. » Dilma enfrentará protesto de canavieiros na inauguração da Via Mangue » Em Pernambuco, canavieiros conquistam salário de R$ 863 » Canavieiros de Pernambuco analisam pauta da campanha salarial 2015 “Diante da postura antidemocrática e criminosa da Contag ao incitar o crime de invasão, contrariando as leis vigentes, com aparente postura condescendente do governo federal, a Feplana e a Unida defendem que um processo legal de apuração do crime de responsabilidade seja atribuído à chefe do poder executivo, a presidente Dilma Rousseff”, informam as entidades, em nota oficial enviada ao Blog de Jamildo. “Confiamos em nossas instituições, a exemplo do Poder Legislativo e do Judiciário, nas leis vigentes e na força das pessoas de bem, que trabalham honestamente, construindo o País, como vem fazendo o setor do agronegócio, garantindo, com bastante esforço, a balança comercial do país favorável, diante da maior crise econômica do Brasil”, afirma Alexandre Andrade Lima, presidente da Feplana e da Unida.

De acordo com as entidades, elas defendem Estado de Direito e o governo federal teria “irresponsavelmente abrigado pessoas no Palácio do Planalto, residência do chefe de Estado, para incitarem a violência e defenderem o fim dos pilares da sociedade.” » Dilma estende agenda para tratar da subvenção dos canavieiros » Dilma deve enfrentar protesto de canavieiros no encontro com empresários no Recife “Embora o agronegócio nacional seja o único setor produtivo capaz de manter ainda a balança comercial brasileira favorável, a presidente Dilma Rousseff deu espaço a organizações sociais rurais no Palácio do Planalto, a exemplo da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag), para incitar a violência e o crime de invasão às propriedades rurais no país”.

As entidades do setor canavieiro repudiam em especial as declarações da Contag “visando atemorizar a sociedade que clama por justiça, mostrando desrespeito à lei e à ordem”. “A Feplana e a Unida defendem o Estado Democrático de Direitos, e como tal, o governo deve zelar pela Constituição Federal, e não permitir a propagação de práticas que promovem o ataque à nossa Lei maior, ao direito de propriedade e à livre iniciativa, ações que demonstram total descaso pela democracia, ampliando o sentimento de impunidade e insegurança”, disse Alexandre Andrade Lima. » Sem data para receber subvenção, associações de canavieiros sobem tom contra Dilma e Levy “Não se consegue conceber como isso pode acontecer dentro do Palácio do Planalto, sobretudo agora diante desse momento histórico onde a presidente mais fala da necessidade da manutenção da ordem democrática no Brasil”. “Este foi um anúncio de um ato de terrorismo e selvageria, que atropela as leis vigentes e objetiva coagir a sociedade brasileira com ameaça criminosa.

Portanto, não deve contar com o apoio do órgão institucional, com destaque à Presidência da República”, diz Lima.