Foto: Lula Marques/ Agência PT Alvo de um processo de impeachment na Câmara, a presidente Dilma Rousseff reagiu com ironia ao ser questionada sobre a proposta do senador Valdir Raupp (PMDB-RO) que prevê eleições gerais, de vereador a presidente, neste ano. “Convence a Câmara e o Senado a abrir mãos de seus mandatos, aí vem conversar comigo”, declarou a presidente nesta terça-feira, 5, ao inspecionar um avião KC-390, da Embraer, na Base Aérea de Brasília.

Segundo Dilma, aceitar novas eleições seria abrir mão da segunda metade de seu mandato “Eu acho que essas propostas [novas eleições], como várias outras, são propostas.

Não rechaço nem aceito”, disse a presidente ao ser questionada por jornalistas.

Durante a entrevista, Dilma também voltou a criticar a oposição por tentar “encurtar o caminho para o poder” por meio de um processo de impeachment, que descreveu novamente como “golpe” por não ter base jurídica.

A presidente ainda disse que todos que apostam na instabilidade política criam uma situação difícil para o país porque a estabilidade é essencial para a retomada do crescimento econômico e a geração de empregos. “A instabilidade política sistemática é algo extremamente danoso”, afirmou. “A oposição desde o dia em que eu assumi criou todo tipo de instabilidade, e uma quantidade enorme de pautas-bomba, recentemente tem uma tramitando no Congresso que simplesmente é uma pauta-bomba de hidrogênio, porque tem impacto de 300 bilhões (de reais), ao transformar os juros das dívidas dos Estados em juros simples.” A possibilidade de novas eleições está sendo levantada numa espécie de tabelinha entre o Rede Sustentabilidade, de Marina Silva, num evento realizado nesta terça-feira.