Em discurso na Assembleia Legislativa, o deputado Álvaro Porto, do PSD, aliado de Paulo Câmara na Assembleia Legislativa de Pernambuco, condenou a utilização do Palácio do Planalto como palco para incitação à violência e o endosso da presidente Dilma Rousseff às declarações.

Ele disse que as ameaças de invasão a propriedades e a gabinetes de parlamentares federais feitas por representantes de trabalhadores rurais e do Movimento do Sem Terra deviam ser rechaçadas. “A que pontos chegamos?

Como pode a sede do Executivo ser transformada em palanque para incitar a violência e a desordem?

Como pode a presidente aplaudir declarações desse tipo com a maior naturalidade?”, indagou.

Na última sexta-feira (01.04), durante cerimônia de assinatura de decretos de desapropriação de imóveis rurais para a reforma agrária, representantes da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag) e do MST aproveitaram seus discursos para declararem apoio à permanência da presidente no cargo e ameaçaram ocupar propriedades e gabinetes de deputados federais.

O discurso foi aparteado pelos deputados Antônio Morais (PSDB), Diogo Morais (PSB) e Clodoaldo Magalhães (PSB), que condenaram o destempero dos representantes dos movimentos sociais, assim como os aplausos da presidente da República às falas que incitaram a violência.

Até o deputado Edilson Silva (PSOL) aproveitou o seu tempo na tribuna para voltar ao tema e também rechaçou o incentivo às invasões de propriedades.

O debate então derivou para a legalidade do impeachment.

Na tribuna, Álvaro Porto disse que não era contra à mobilização das organizações sociais como o MST, citando que quando era prefeito de Canhotinho, estabeleceu parcerias com o movimento, na disponibilização de aração, assistência técnica para assentamentos e melhoria no abastecimento de água.

No entanto, ele disse que ser reprovável a violência propagada e mais ainda o apoio do Governo Federal a este tipo de conduta. “Isso não tem justificativa, não condiz com o papel da Presidência da República.

A cada dia fica mais claro que a presidente está acuada e que, por isso mesmo, tenta se valer de toda sorte de apoios para se manter no cargo.

Agora volta a afagar os movimentos sociais que foram totalmente esquecidos pelo seu governo”. “É inadmissível que, depois de jogar o país num caos político e econômico e continuar a negociar cargos para ganhar fôlego em Brasília, o governo do PT aplauda e endosse ilegalidades.

Ao invés de ser conivente com atitudes dessa natureza, a presidente deveria estar agindo para coibi-las.

Os brasileiros não suportam mais o clima de guerra que se instalou entre os que defendem e o que são contra o impeachment.”