Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil Estadão Conteúdo - A previsão de que o pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff seja votado em plenário daqui a duas semanas faz com que governo e oposição intensifiquem a busca por deputados “indecisos” ou “indefinidos”.

Em comum, ambos os lados recorrem à “pressão das ruas” e ao “sentimento de culpa” para atrair parlamentares aos grupos favorável ou contrário ao afastamento da petista.

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Segundo levantamento publicado ontem pelo jornal O Estado de S.

Paulo, o alvo prioritário são 55 deputados que se disseram indecisos, 9 que não quiseram declarar seu voto - mesmo com a opção de permanecerem sob anonimato - e 71 integrantes de 15 partidos diferentes que não foram localizados pela reportagem.

A reportagem mostrou que, por ora, 261 deputados votariam a favor da abertura do procedimento e 117 se posicionaram contra o impeachment.

Para o processo seguir para o Senado, são necessários 342 votos, o equivalente a dois terços dos 513 deputados da Câmara. » Em defesa de Dilma, Sílvio Costa bate em Paulo Skaff e Fiesp. “Agridem a democracia” » Dilma apela à Igreja Universal por votos contra o impeachment » Relator na Câmara diz que antecipará parecer sobre impeachment de Dilma Tanto governistas quanto oposicionistas procuraram ver os números do levantamento do jornal com otimismo.

No Planalto, a avaliação é de que a reforma ministerial a ser promovida nesta semana - pela qual Dilma trocará cargos e pastas pelo voto de deputados de partidos do chamado centrão, como PP, PR e PSD, contra o impeachment - será suficiente para conter o avanço da onda pelo afastamento da petista.

Fora isso, o governo insistirá na tese de tachar o processo como “golpe”.

Para o deputado Bohn Gass (PT-RS), os números mostram que o governo tem capacidade de barrar o impeachment.

O parlamentar aposta na presença - mesmo que informal - do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na articulação do governo e na pressão dos movimento sociais de esquerda. » Dilma enfrenta representação na PGR por prevaricação » Líder do governo Dilma defende mobilização permanente contra impeachment » Em passeata em Brasília, Humberto Costa diz que Dilma não roubou “Os deputados que votarem a favor do impeachment vão levar para a vida deles o legado de serem golpistas”, acusou Gass, que vê como fator positivo ao Planalto a decisão do PMDB de romper com Dilma. “O setor do PMDB que saiu fez um bem para o País.

Eles estavam dentro do governo, mas operando contra o governo.” Pressão das ruas » Oposição diz contar com mais de 342 votos pelo impeachment A oposição, por sua vez, conta com a pressão das ruas e dos movimentos organizados contra o PT para atingir o mínimo de 342 votos - pelo levantamento do Estado, faltariam 81 votos para tanto.

O líder do DEM, Pauderney Avelino (AM), lembra que parlamentares que foram contra o impeachment de Fernando Collor de Mello em 1992 “passaram maus bocados nos anos seguintes”.