Por Paulo Rebêlo, especial para o Blog de Jamildo Regulamentar o Uber é uma questão essencialmente política.
Você, como usuário, consumidor e cidadão, deve ter o direito de escolher como se locomover pela cidade do jeito que melhor lhe convém.
Certo?
Mais ou menos.
Se você quiser andar no seu carro com a porta aberta – ou sem portas – você não pode.
Se você quiser andar no bagageiro da sua caminhonete, você também não pode porque existe uma lei que proíbe.
Tem gente fazendo?
Sempre vai ter.
Só que antes de falar em termos bonitos e moderninhos como economia criativa ou inovação sociotecnológica, muita gente tem esquecido que legislação e regulamentação é um papel prioritário e necessário da política.
O Uber é um reflexo óbvio e direto do velho oeste regulamentário que impera no Brasil.
Sem regulamentação, pode tudo.
Com regulamentação, não funciona.
E quando funciona, não se fiscaliza. É natural que uma categoria – toda e qualquer categoria – se sinta ameaçada quando um serviço, proposta, projeto ou profissional se apresente com a mesma finalidade, por um preço menor, uma qualidade maior e muitas vezes uma aceitação social melhor.
Não há ideologia nisso.
A ausência ideológica é, muitas vezes, o paradoxo da tecnologia.
Empregos são perdidos.
Décadas de ostracismo intelectual ou décadas sem reciclagem profissional cobram a fatura em poucos segundos e dois cliques. É a vida.
Faz parte.
E é assim desde sempre, não precisa ler livros de História.
Não importa, de fato, se você é contra ou a favor do Uber.
Quem vai definir a sobrevivência do Uber – e da maioria dessas novidades tecnológicas – é o mercado, que se traduz em pessoas que vão usar ou não usar.
Ser a favor do Uber e a favor da inovação tecnológica não significa ser contra a regulamentação.
A falta de regulamentação coloca em risco a vida e a integridade dos passageiros e dos próprios motoristas.
No Brasil e em qualquer país.
Não somos exceção e nem a regra.
A discussão, que raramente é levantada pela política, é se a regulamentação será rígida a ponto de inviabilizar o serviço ou flexível a ponto de dar garantias aos usuários e fornecedores.
Leia a análise completa aqui - https://bit.ly/rebeluber Paulo Rebêlo, diretor da Paradox Zero, é mestre em Políticas Públicas e mestre em Gestão e Inovação Internacional de Mídia.
E-mail: rebelo@gmail.com