Foto: Bobby Fabisak / JC Imagem Por Anna Tiago, repórter do Blog Assim como na mobilização do último dia 18, políticos pernambucanos marcaram presença no ato em defesa do governo Dilma Rousseff e contra o impeachment nesta quinta-feira (31).

Se no último ato o alvo foi a justiça brasileira, desta vez o PMDB - que rompeu com o Governo na última terça (29) - esteve na mira de quem participava da manifestação.

Para o deputado estadual Edilson Silva (PSol), a legenda do vice-presidente da República, Michel Temer, “não merece respeito”. “É um partido que age com oportunismo, é um partido que está sendo investigado, com vários réus na Lava Jato, é o partido do Cunha.

Então não merece maiores comentários, mas é um partido que merece o desprezo da sociedade brasileira”, disparou.

O deputado também afirmou que sua presença no ato era apenas “contra o golpe”. “Não estou aqui em uma manifestação a favor do Governo e não estou aqui contra o impeachment.

Estou em uma manifestação contra um golpe que está sendo dado em um estado democrático de direito”, pontuou.

LEIA TAMBÉM: > Humberto Costa: ‘Vamos fazer uma guerra total até o dia da votação do impeachment´ O presidente do PT em Pernambuco, Bruno Ribeiro, acredita que o rompimento do PMDB foi positivo para o Governo. “O PMDB, há um ano, estava obstruindo o Congresso, criando dificuldade para o Governo e conspirando contra o Governo.

Eles terem abandonado é muito bom para que a presidente passe a caneta e exonere e eles façam a conspiração fora do Governo”, ressaltou. “O Congresso não tem legitimidade e poder para dar esse golpe”, acrescentou.

Já o ex-prefeito do Recife João da Costa considerou a saída do PMDB precipitada. “Não é sério que um partido faça um encontro e, em três minutos, decida sair do Governo e participar de um golpe institucional”, disse.

Figura simbólica do PMDB, o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, não escapou das palavras de ordem, faixas e sátiras na mobilização. “É piada a gente ter um processo importante desses sendo coordenado por alguém que tem contas ilícitas na Suíça, que está envolvido até o ‘gogó’ com a Operação Lava Jato”, criticou a deputada estadual Teresa Leitão (PT).

MANIFESTAÇÃO O ato desta quinta foi menor do que o realizado no último dia 18 de março.

De acordo com os organizadores, cerca de 90 mil pessoas saíram às ruas da capital pernambucana para protestar contra o impeachment da presidente Dilma Rousseff, em manutenção da decisão tomada nas últimas eleições.

A Polícia Militar não divulgou a estimativa oficial do público A manifestação teve clima tranquilo, sem situações de confrontos ou tumultos.

Os participantes foram acompanhados pela PM, que seguiu até o fim do ato na Praça da Independência, no bairro de Santo Antônio, Centro da capital pernambucana.

A conclusão da passeata aconteceu por volta das 20h, cinco horas após o início da concentração.