Foto: Fernando da Hora / JC Imagem Do NE10 Em um ato muito menor do que o realizado no último dia 18 de março, manifestantes pró-democracia voltaram a se reunir nesta quinta-feira (31) no Recife.

De acordo com os organizadores, cerca de 90 mil pessoas saíram às ruas da capital pernambucana para protestar contra o impeachment da presidente Dilma Rousseff, em manutenção da decisão tomada nas últimas eleições.

A Polícia Militar não divulgou a estimativa oficial do público da mobilização.

O grupo começou a concentração na Praça do Derby, na área central do Recife, por volta das 15h e apenas perto das 18h resolveu sair em passeata pela Avenida Conde da Boa Vista, um dos principais corredores viários da cidade.

A manifestação teve clima tranquilo, sem situações de confrontos ou tumultos.

Os participantes foram acompanhados pela PM, que seguiu até o fim do ato na Praça da Independência, no bairro de Santo Antônio, Centro da capital pernambucana.

A conclusão da passeata aconteceu por volta das 20h, cinco horas após o início da concentração.

Vestidos de vermelhos e enrolados com bandeiras do Brasil, os manifestantes seguiram por todo caminho entoando palavras de ordem e dizendo que “não vai ter golpe”, além de gritos contra o juiz Sérgio Moro, responsável pela operação Lava Jato, e o deputado federal e presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB), responsável por encabeçar o processo de impeachment.

Durante a mobilização, a deputada estadual Teresa Leitão (PT) justificou que a “manifestação desta quinta foi menor porque o foco seria em Brasília”.

Além disso, a política pernambucana criticou a condução do impeachment pelo deputado Eduardo Cunha: “É uma piada”.

Além dela, estiveram presentes outros políticos petistas como os ex-prefeitos do Recife, João da Costa e João Paulo, além de Bruno Ribeiro, presidente do PT-PE, Edilson Silva (Psol) e Isabella de Roldão (PDT).

A maior parte dos manifestantes desta quinta-feira fazia parte de movimentos sociais, sindicalistas e estudantil.

Uma das participantes foi a estudante de direito Daiane Munique que decidiu participou do ato para defender a democracia. “Nós vemos as inconstitucionalidades acontecendo e estamos aqui para protestar contra isso”, comentou ela sobre o pedido de impeachment, apoiado, inclusive, pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).

Durante a passagem dos manifestantes, moradores dos prédios do Centro da cidade demonstraram apoio ao ato que está sendo chamado de pró-democracia.

Além do Recife, capitais de outros 22 estados brasileiros e o Distrito Federal conviveram nesta quinta-feira com as manifestações.

No último dia 18 de março, o Recife registrou o maior ato em prol da manutenção da democracia desde o início da Operação Lava Jato.

Naquele dia, os organizadores falaram em 200 mil manifestantes, enquanto a PM calculou cerca de 15 mil.