Presidentes da Câmara, Eduardo Cunha, e do Senado, Renan Calheiros, durante convenção Nacional do PMDB.
Foto: Valter Campanato/Agência Brasil Estadão Conteúdo - Diante da perspectiva de que o vice Michel Temer assuma a Presidência com o impedimento da presidente Dilma Rousseff, a cúpula do PMDB discute medidas de transição da economia que não descartam políticas impopulares, incluindo aumento de impostos.
LEIA MAIS: » Humberto Costa: Governo Temer e PSDB destruiriam programas sociais » No Senado, Humberto Costa diz que se Dilma cair, Temer será ‘o próximo’ » Rompimento com o governo marca homenagem aos 50 anos do PMDB O debate já preocupa integrantes do partido, por temerem que iniciativas desse tipo possam prejudicar o desempenho dos peemedebistas nas eleições municipais de outubro.
O PMDB é o partido com maior número de prefeituras no País.
Cautelosos, aliados do vice têm desautorizado publicamente qualquer especulação sobre a política econômica e formação da equipe para a área numa eventual gestão Temer.
A precaução é tamanha que eles dizem que mesmo o documento “Ponte para o Futuro” - lançado em outubro com propostas para reequilibrar as contas públicas com desindexação do salário mínimo e de benefícios previdenciários - não deve ser visto como um “Plano Temer” definitivo, justamente por causa das medidas impopulares previstas no texto. » Sem citar Humberto, vereadores do PT criticam políticos na superlista da Odebrecht » Humberto Costa repete mantra do ‘golpe’ e pede renúncia dos ‘conspiradores’ » PMDB implode coalizão e governo usa cargos para tentar conter debandada » Jarbas diz que rompimento do PMDB consolida processo de impeachment de Dilma Os peemedebistas receiam que as discussões sobre ações na economia possam retirar o apoio da população ao impeachment e alimentar o discurso do PT contra o afastamento de Dilma.
A bancada petista no Congresso tem questionado o documento peemedebista.
Embora o discurso oficial seja o de que não há um programa, nos bastidores as principais lideranças do PMDB avançam na preparação de uma eventual transição de governo.
Os aliados do vice têm conversado com economistas para preparar as bases de um programa mais detalhado.
A tendência é que a divulgação de uma plataforma mais elaborada só ocorra em maio, caso a Câmara admita a abertura do processo de impeachment contra Dilma e o Senado posteriormente decida afastá-la do cargo. » Ministros do PMDB tentam ficar nos cargos e apelam a Renan » ‘Continuaremos no governo e no PMDB’, diz Kátia Abreu no Twitter » Mesmo com desembarque do PMDB do governo, Michel Temer continua como vice-presidente Cardápio Nas conversas dos peemedebistas, há uma constatação de que o cardápio de medidas econômicas não poderá ser muito diferente dos projetos de ajuste fiscal da gestão Dilma que já tramitam no Congresso.
Para eles, a reforma da Previdência é tida como fundamental, assim como o aprofundamento do corte de despesas e medidas para diminuir o engessamento do Orçamento. » Dilma retira mais dois cargos de nomes indicados pelo PMDB » Humberto Costa diz que governo Dilma é o trigo e PMDB o joio, agora separados A diferença em relação ao governo Dilma é de que a equipe de Temer teria condições de resgatar confiança, principalmente do setor empresarial.
As informações são do jornal O Estado de S Paulo.