Foto: Gustavo Lima/ Câmara dos Deputados Estadão Conteúdo - Após o desembarque oficial do PMDB do governo, o líder do partido na Câmara, deputado Leonardo Picciani (RJ), disse nesta terça-feira, 29, que, a partir de agora, votará matérias na Casa de acordo com sua “consciência”, com as “decisões da bancada” e com “o que for melhor para o Pais”. “Vamos defender temas.
O que julgarmos importante para o País defenderemos”, afirmou.
LEIA MAIS: » Após escolha de líder do PMDB, Picciani e Motta almoçam com Temer » Vitória de Picciani pode dificultar situação de Eduarco Cunha na CCJ » Jarbas Vasconcelos critica tanto Leonardo Picciani como Hugo Motta Apesar de não ter participado da reunião que aprovou o rompimento, por ser contra o desembarque, o líder assumiu o discurso partidário.
Disse que, a partir de agora, “ninguém mais está autorizado” a assumir cargos no governo. “Quem ficar fica por conta própria.
A liderança não encaminhará mais pleitos por cargos”, afirmou.
O recuo também foi dado pelo indicado por Picciani para integrar a Secretaria da Aviação Civil (SAC), deputado federal Mauro Lopes (MG).
O mineiro decidiu que entregará o cargo nos próximos dias, depois que conversar com a presidente Dilma, o vice-presidente Michel Temer e a bancada do PMDB de Minas Gerais, que já rompeu oficialmente com o governo. » PMDB implode coalizão e governo usa cargos para tentar conter debandada » Mesmo com desembarque do PMDB do governo, Michel Temer continua como vice-presidente O cargo foi oferecido pelo Planalto a Mauro Lopes como uma das últimas tentativas de manter o PMDB na base aliada.
Lopes tomou posse na semana retrasada.
Também indicados por Picciani, os ministros Celso Pansera (Ciência e Tecnologia) e Marcelo Castro (Saúde) querem ficar nos cargos.
Com a saída do posto, Lopes evita ser expulso do partido.
Peemedebistas já admitem que o processo de expulsão dele por ter assumido a SAC, contrariando moção que proibia membros do PMDB de assumir cargos no governo, não deverá ter seguimento.
Atualmente, o processo está sendo analisado pela Comissão de Ética da sigla. » Saída do PMDB chega em boa hora para repactuar governo, diz Jaques Wagner » Para líder do DEM, desembarque do PMDB mostra governo Dilma cada vez mais fragilizado Lista Peemedebistas da ala oposicionista e aliados de Picciani avaliam que ele arrefeceu sua postura pois está ciente de que o desembarque do PMDB deve provocar ao aumento de deputados favoráveis ao impeachment.
A ala oposicionista já calcula que a bancada poderá chegar a ter até 60 votos favoráveis e apenas oito contrários ao impedimento. » Jarbas diz que rompimento do PMDB consolida processo de impeachment de Dilma » Por aclamação, PMDB aprova rompimento com o governo Dilma e a entrega imediata dos cargos Aliados e opositores de Picciani ressaltam que o parlamentar tem consciência de que, se não seguir a maioria da bancada (hoje pró-impeachment), poderá ser alvo de uma nova lista para destituí-lo da liderança.