Foto: Wilson Dias / Agência Brasil Estadão Conteúdo - Os senadores do Conselho de Ética optaram, nesta terça-feira, 29, por abrir mão de ouvir testemunhas no caso que avalia a possível quebra de decoro do senador Delcídio Amaral (sem partido - MS).

Desta forma, o relator do processo, Telmário Mota (PDT-RR), calcula que o relatório final seja apresentado ao colegiado até 26 de abril.

Os senadores esperavam ouvir três testemunhas convocadas pelo colegiado, mas nenhuma delas compareceu alegando impossibilidades jurídicas.

Para acelerar o processo, os senadores decidiram não insistir na convocação e também negaram à defesa a possibilidade de convocar novas testemunhas.

Consultores do Senado informaram que a decisão não é inédita, e que os processos que cassaram Demóstenes Torres (DEM-GO), em 2012, e que absolveram Renan Calheiros (PMDB-AL), em 2007, também não contaram com testemunhas.

O Conselho havia convocado para depoimento o ex-chefe de gabinete de Delcídio, Diogo Ferreira, o advogado Edson Ribeiro, defensor do ex-diretor da área Internacional da Petrobras, Nestor Cerveró, e seu filho, Bernardo Cerveró, autor da gravação da conversa em que Delcídio supostamente oferecia uma rota de fuga para o ex-diretor da estatal.

Diogo Ferreira e Edison Ribeiro alegaram que estavam impedidos de comparecer à audiência porque se encontram em prisão domiciliar.

Já a defesa de Bernardo Cerveró informou à Secretaria do Conselho de Ética que ele está fora do País, em local não identificado.

Com a ausência das testemunhas, os senadores preferiram abandonar a fase de oitivas.

Na próxima reunião, o Conselho conta novamente com a possibilidade de ouvir Delcídio para depois dar sequência ao relatório final do processo. “A partir do vencimento da licença do Delcídio, com atestado ou sem atestado nós vamos à conclusão final do relatório”, afirmou Telmário.

Delcídio está sob licença médica até a próxima quarta-feira, 6 de abril, e foi convocado a depor no Conselho no dia seguinte.

O Conselho concedeu ainda três possibilidades para que Delcídio se manifeste, caso ele não possa comparecer pessoalmente ao Senado.

Ele poderá participar da reunião por videoconferência, uma comissão poderá visitá-lo onde estiver para ouvi-lo, ou ele pode enviar seu depoimento por escrito.

Os senadores querem evitar que o processo seja delongado pelas licenças médicas do senador, que já apresentou três atestados.

Entretanto, a defesa afirmou que não poderia informar qual meio o senador utilizaria para depor.