(Valter Campanato/Agência Brasil) Estadão Conteúdo - Com o anúncio do desembarque por “aclamação” do PMDB do governo, partidos do chamado “centrão” da base aliada começaram a dar sinais mais fortes de que também poderão desembarcar em breve.
No comando do Ministério das Cidades, o PSD decidiu liberar seus 31 deputados para votar como quiserem em relação ao impeachment da presidente Dilma Rousseff.
No comando do Ministério da Integração Nacional, o PP cogita fazer o mesmo.
LEIA MAIS: » Marina Silva diz que Temer na Presidência provocaria “bololô” » Após acordo com Renan, PMDB deve aprovar saída por aclamação » Temer diz a Lula que PMDB está fora do governo No PSD, a liberação dos deputados teve anuência do ministro das Cidades e presidente do partido, Gilberto Kassab.
Dirigentes da legenda preveem que a bancada do partido no Senado, de três parlamentares, também deverá ser liberada.
Pelos cálculos de lideranças do PSD, de 70% a 80% da bancada na Câmara deve votar a favor do impeachment.
O cálculo foi feito antes da saída de ministros do PMDB e do anúncio prévio de que o desembarque será aprovado por aclamação. » Danilo Cabral e Felipe Carreras devem deixar Governo de PE temporariamente para votar pelo impeachment No PP, o presidente da sigla, senador Ciro Nogueira (PI), admite que não terá como segurar suas bancadas na Câmara e Senado, principalmente após o desembarque do PMDB.
Semana passada, o partido já tinha informado Dilma dessa dificuldade.
Pelos cálculos da direção do partido, dos 49 deputados da legenda, pelo menos 15 são declaradamente a favor do impeachment e outros 35 “aguardam” definição oficial da presidência da legenda sobre como votar. » Ministro do Turismo é o primeiro do PMDB a entregar o cargo > Raul Henry e Jarbas Vasconcelos defendem saída do PMDB do Governo Dilma > Na véspera da reunião do PMDB, Dilma encontra ministros do partido > Enquete: O PMDB deve sair do governo Dilma? “Só conseguimos garantir os 35 votos para o governo se for para o governo ganhar.
Se for para perder, não conseguimos”, afirmou um interlocutor de Ciro.
Para a direção do PP, o governo precisa reagir para tentar segurar a base.
Convenção Na semana passada, parlamentares do PP pró-impeachment entregaram ao presidente do partido uma lista com assinaturas de 22 deputados e de quatro dos seis senadores, pedindo a antecipação da convenção nacional da legenda, para votar o desembarque.
Ciro prometeu marcar uma nova reunião das bancadas para tratar do assunto.
O dirigente diz que quer “ganhar tempo” e só deixar uma decisão oficial sobre rompimento para depois que outros partidos anunciarem o desembarque. » Em PE, secretário das Cidades reassume mandato de deputado federal para votar pelo impeachment Após a reunião do PMDB de hoje, esses partidos do centrão devem se reunir para avaliar como se posicionar.
Assim como PP e PSD, o PR deve se reunir para alinhar um discurso.
Apesar de mais da metade dos 40 deputados do PR defender o impeachment, o ministro dos Transportes, Antonio Carlos Rodrigues, que é do partido, diz que, se depender dele, a sigla “não sai do governo de jeito nenhum”. “Eu não saio do governo, faço parte do governo Dilma”, afirmou o ministro, acrescentando que vai trabalhar para convencer o partido a ficar na base.
Ele ressalta que o PR tem vários cargos no governo Dilma e não seria correto abandoná-lo agora. » PSD libera bancada na Câmara na votação do impeachment; PP também cogita liberar No Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, o PTB só deve tomar qualquer decisão de liberar a bancada ou desembarcar após o deputado Jovair Arantes (GO) apresentar seu relatório na comissão do impeachment.
Apesar de, nos bastidores, a maioria dos 19 deputados do PTB ser pró-afastamento da presidente Dilma Rousseff, a sigla quer evitar que qualquer decisão da bancada levante suspeita sobre o trabalho do relator do impeachment, que é aliado do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ).
As informações são do jornal O Estado de S.
Paulo.