O próprio Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) informou nesta segunda-feira que o resultado do Sistema BNDES com participações societárias foi determinante na redução de 29,7% do lucro líquido em relação aos R$ 8,594 bilhões apurados em 2014, em função da forte depreciação do mercado de capitais.

O resultado com participações societárias foi negativo em R$ 5,4 bilhões, ante um valor positivo de R$ 2,865 bilhões em 2014, retração de R$ 8,272 bilhões no comparativo dos exercícios.

Segundo o banco, O principal responsável pela queda mencionada foi o investimento na Petrobras.

Além do não pagamento de dividendos e juros sobre capital próprio em 2015, ante uma contribuição de R$ 1,842 bilhão em 2014, a queda da cotação das ações da empresa levou o BNDES a registrar perdas por impairment no montante de R$ 7,35 bilhões (R$ 4,49 bilhões líquido de efeitos tributários) em 2015. “Desconsiderado o efeito do impairment da Petrobras, o lucro do BNDES seria de R$ 10,684 bilhões em 2015, o mais elevado de sua história.

A rentabilidade sobre o patrimônio passaria, no mesmo exercício, de 15,37% para 23,6%, contra 21,2% em 2014”.

Segundo frisou o banco, as perdas por impairment são exclusivamente contábeis – já que não houve venda de ativos – e representam a mera transferência do efeito negativo registrado em conta específica do patrimônio líquido para o resultado do exercício. “Tal resultado, portanto, não gerou impacto no fluxo de caixa do BNDES, nem em sua posição patrimonial, dado que as perdas já estavam reconhecidas em seu ativo e patrimônio líquido.

Com uma futura valorização das ações da Petrobras, os ganhos contábeis serão incorporados ao patrimônio líquido do BNDES”. “Para o BNDES é de grande importância garantir a qualidade de sua carteira de crédito, tendo em vista que, além de ser um banco público, o retorno de suas operações representa o principal funding para concessão de financiamentos a novos projetos de investimentos.

Em 2015, o retorno das operações do Banco representou 92% dos recursos desembolsados no ano”.

Spread salvou Apesar de todos os problemas com a Petrobras, o banco registrou lucro líquido de R$ 6,199 bilhões em 2015.

O principal fator positivo foi o aumento do resultado de intermediação financeira, que alcançou R$ 18,691 bilhões, valor 39,6% superior ao registrado em 2014.

Outro indicador positivo foi a manutenção da inadimplência em nível muito baixo, de 0,06%, bem inferior à média do Sistema Financeiro Nacional, de 3,4%, refletindo a alta qualidade da carteira de crédito do Banco. “O aumento do resultado de intermediação financeira reflete o crescimento na carteira de crédito, a revisão dos spreads nos últimos anos, bem como a gestão de tesouraria, compatível com o volume de operações do Banco”, diz a instituição.