Foto: Valter Campanato / Agência Brasil Estadão Conteúdo - Animados com o apoio do PMDB do Rio e na expectativa da adesão de outros diretórios, os aliados do vice-presidente Michel Temer acreditam ser capazes não só de emplacar o rompimento do partido com o governo Dilma Rousseff como de construir unidade na reunião do diretório nacional, marcada para esta terça-feira, 29.

A tendência é de que os peemedebistas aprovem a entrega de cargos à presidente, a começar pelos sete ministérios que a sigla comanda.

Temer chegou domingo à noite a Brasília para uma série de reuniões em que tentará eliminar os focos de resistência governista.

Para o vice-presidente, alcançar a unanimidade na reunião do diretório é importante como um sinal de que o PMDB está unido em torno dele e de seu eventual governo - o Planalto aposta na divisão do partido para barrar o processo de impeachment na Câmara.

Temer cogita, inclusive, presidir o encontro se sentir que pode transformá-lo num ato político a favor de sua chegada ao comando do País.

Para evitar o constrangimento de uma derrota acachapante, integrantes de diretórios governistas devem faltar à reunião. É o caso dos cinco representantes do PMDB paraense.

O diretório é dominado pelo senador Jader Barbalho (PA), cujo filho, Helder, é ministro da Secretaria de Portos.

Na semana passada, Jader tentou, sem sucesso, convencer Temer a adiar a reunião do diretório para 12 de abril.

Governistas querem tentar ao menos adiar a entrega dos cargos para esta data Conversas O primeiro nome da lista de conversas que Temer pretende ter hoje é o do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL).

Quer convencê-lo a apoiar o rompimento imediato.

No entanto, aliados do senador dizem acreditar que um acerto seria “muito difícil”.

Até o fim da semana passada, Renan e demais setores da ala governista do PMDB preferiam ver “o governo cair de podre”.

Temer também deve reunir-se com o ministro Eduardo Braga (Minas e Energia), outro peemedebista que considera “precipitado” o rompimento imediato, como disse em entrevista ao jornal O Estado de S.

Paulo publicada no sábado.

Interlocutores do vice acreditam que os ministros que hoje resistem a abrir mão dos cargos mudarão de postura.

Parte do PMDB cogita propor a expulsão de quem se recusar a entregar o cargo.

Um aliado de Temer observa que, sem representar um partido, os ministros deixariam de ser úteis ao governo, pois teriam pouco poder de atrair votos na Câmara contra o impeachment.

Para o senador Romero Jucá (PMDB-RO), o Planalto mostrou não querer “membro do PMDB no governo” quando demitiu o presidente Fundação Nacional de Saúde (Funasa), Antônio Henrique Pires, indicado por Temer.

A exoneração, na quinta-feira, foi vista como retaliação pela tendência de rompimento do partido - o governo nega.