Foto: Marcelo Camargo/ Agência Brasil Estadão Conteúdo - A presidente Dilma Rousseff decidiu apostar nos cargos de primeiro e segundo escalões como oferta para atrair o apoio das alas partidárias que ainda resistem em aderir ao desembarque.
Na quinta-feira, 24, ela intensificou o contato com os parlamentares e os líderes partidários e intensificou as negociações com aliados para ouvir suas demandas.
LEIA MAIS: » Ala pró-impeachment do PMDB calcula 60% dos votos pelo desembarque do governo » “Nós queremos muito que o PMDB permaneça no governo”, diz Dilma O principal foco das investidas palacianas é o PMDB, que detém a maior bancada nas duas Casas e tem ensaiado o desembarque do governo.
O afastamento por parte dos peemedebistas é considerado como “tiro de misericórdia” no governo, uma vez que também deverá servir de fio condutor para outros partidos da base aliada tomarem o mesmo rumo.
A estratégia é atrair os ministros da legenda para próximo do governo com o objetivo de demonstrar que uma possível decisão pela debandada do PMDB até pode ser aprovada, mas não será unânime e também poderá vir a não ser cumprida pelos correligionários.
Na quinta-feira, ela deu os primeiros recados do plano. “Nós queremos muito que o PMDB permaneça no governo.
Tenho certeza de que meus ministros têm compromisso com o governo.
Vamos ver quais serão as decisões do PMDB e respeitaremos tal decisão”, afirmou a petista. » Jarbas diz que PMDB abandona Dilma na próxima terça-feira » Lula não convence PMDB a rever saída Pouco depois, os ministros do PMDB Marcelo Castro (Saúde) e Celso Pansera (Ciência e Tecnologia) engrossaram o coro contra um possível desembarque, previsto para ser discutido na próxima terça-feira, em reunião do Diretório Nacional do PMDB. “Eu pergunto: e os mais de 1.000 cargos que o PMDB exerce no governo hoje?
Como é que farão?
Irão esvaziar também?
Irão levar o debate político ao extremo de paralisar o País ou vamos agir com responsabilidade diante de um momento tão duro que o País passa?”, questionou Pansera.
No mesmo evento, o chefe do Gabinete Pessoal da Presidência da República, Jaques Wagner, disse: “Quando eu digo que não há desembarque, é porque hoje consideraria que o PMDB está rachado.
Na minha opinião, não muda”, considerou. » PMDB e PSDB discutem fim da reeleição » Lula liga para Temer e defende conversa entre PT e PMDB À tarde, ela se reuniu com os sete ministros da legenda.
Além de Castro e Pansera, estiveram Eduardo Braga (Minas e Energia), Kátia Abreu (Agricultura), Henrique Eduardo Alves (Turismo), Helder Barbalho (Portos) e Mauro Lopes (Aviação Civil).
Ali, foi feita uma apresentação com os possíveis votos na reunião do partido marcada para o dia próximo dia 29, em que será votado o desembarque.
Segundo fontes, ainda há uma margem de 8 a 10 votos a favor da manutenção da aliança.
Os cálculos mostram que, dos 156 delegados com direito a voto, há pelo menos nove indecisos.
Dilma também manteve um outro encontro, que não constou da agenda.
Foi com o ex-ministro Ciro Gomes, agora no PDT.
A presidente ainda se encontrou com o ministro das Comunicações, André Figueiredo (PDT), que disse ao Estado que “em hipótese alguma o PDT cogita votar a favor do processo de impeachment, contra o governo”.