Em evento em Brasília, nesta quarta-feira, a presidente Dilma foi perguntada se o vice Temer já estaria se mexendo, até querendo, sentar na cadeira dela. “Tem um certo tipo de suposição, ou eu diria, de avaliações que são, não só precipitadas, como não são corretas.

Nós queremos muito que o PMDB permaneça no governo.

Eu tenho certeza que os meus ministros têm um compromisso com o governo.

Então a gente irá ver quais serão as decisões do PMDB e respeitaremos as referidas decisões”, afirmou.

Os repórteres também queriam saber a razão de o presidente Lula ainda não ter conseguido convencer o PMDB a desmarcar a reunião do dia 29 e evitar a debandada do governo. “Mas não é papel… (do Lula).

Nós todos estamos bastante interessados na questão relativa à permanência do PMDB no governo.

Tenho muita certeza que os nossos ministros estão comprometidos com a sua permanência no governo.

O presidente Lula não está tratando disso”.

A presidente também disse acreditar que o presidente Lula tem condições de assumir a Casa Civil. “Não só acredito como estou lutando para tal”. “Eu acredito que o grande esforço para fazer o Brasil voltar a crescer é estabilidade política. É parar com a tentativa sistemática de golpe, é parar com o fato de criarem motivos inexistentes, não respeitáveis, um processo de impeachment que é ilegítimo e ilegal”.

Quando questionada se o governo tem voto para barrar o processo na Câmara, Dilma disse que tem que esperar o processo acontecer e que não especula. “Eu tenho convicção que nós teremos os votos necessários”.

Dilma também foi perguntada se comemorava a decisão do ministro Teori Zavascki, que mandou voltar ao Supremo, em relação ao presidente ao presidente Lula, as investigações que estavam na mão do juiz Sérgio Moro, de Curitiba. “Olha, eu não acho que a palavra seja comemorar.

O que eu acho é que todos os brasileiros devem estar muito preocupados quando os processos investigativos, os processos judiciais, não são feitos dentro da lei.

Por que isso?

Porque a base do Estado democrático de direito é o cumprimento, por todos, da legislação, por todos.

A Constituição vale para presidentes da República, juízes, Ministério Público, Polícia Federal, para todos os cidadãos, para cada um de nós.

Vale a mesma lei.

Dentro do princípio de que todos nós somos iguais perante a lei.

Então, o que eu considero a decisão do ministro Teori importante porque ela estabelece o primado da lei nas relações dos órgãos que investigam o presidente Lula”, afirmou. “Acho, primeiro, que foi um absurdo - um absurdo no sentido de que feriu a base do Estado democrático de direito e as garantias e direitos constitucionais da Presidência da República - vazar um diálogo com a presidente da República.

Vazar esse diálogo, autorizar ele, é uma violência legal.

Vazar diálogos pessoais que não fazem parte do conteúdo da investigação é uma violência. É um padrão que não se deve aceitar, não se deve compactuar com ele. É um padrão de comportamento que atinge a nós todos…Nenhuma democracia moderna, nenhuma, - países de exceção eu não estou discutindo - mas democracia moderna não compactua com esse tipo de prática”.