O sindicalista metalúrgico Sérgio Nobre, do ABC, é um dos articuladores do encontro desta quarta (23), às 16 horas, entre dirigentes e o ex-presidente Lula.

Sua expectativa é de uma grande plenária na Casa de Portugal, em São Paulo, para reafirmação das bandeiras democráticas e trabalhistas. “Nosso evento será em defesa da democracia e dos direitos.

Um abalo no regime democrático traria graves consequências para os trabalhadores e os nossos direitos.

A decisão do encontro com Lula é por tudo o que ele representa para a democracia e à classe trabalhadora”, diz.

Sérgio Nobre adianta que Lula está “confirmadíssimo” no evento desta quarta e reforça o convite: “Não vai ser reunião de entidades e tendências.

Será a reafirmação da convicção política e da vontade cidadã pessoal de cada sindicalista”.

João Carlos Gonçalves (Juruna), dirigente da Força Sindical, disse que a defesa da democracia e dos direitos deve dar o tom do encontro. “A instabilidade do Estado de direito traz ameaça real a direitos e conquistas trabalhistas”, adverte.

Ele ressalta que o chamado Plano Temer (“Ponte para o futuro”) é como um petardo neoliberal.

De acordo com o sindicalista, esse tipo de evento demarca os campos em disputa. “Precisamos mostrar à sociedade e aos trabalhadores quem está de cada lado.

Na linha do impeachment, estão golpistas como Fiesp e a Rede Globo.

Na resistência estão sindicalistas, lideranças populares, movimentos sociais e personalidades do campo democrático”.

Sérgio Nobre considera que a crise política é fator que impulsiona a recessão econômica. “Sem desfazer o nó da crise política, o País retrocede.

O impeachment não aponta solução, até porque entre seus defensores não há um líder de peso, que agregue”, argumenta.

Para o sindicalista, o ex-presidente é o único com esse potencial. “Lula tem uma vida de luta e diálogo.

Seus dois governos foram de muita conversa com as entidades e a sociedade.

A vantagem do Lula é o forte apoio do campo popular e democrático.

Não há isso no outro lado, como se viu no dia 13, quando seus líderes foram enxotados pelos manifestantes na avenida Paulista”. “O sindicalismo tem compromisso com a democracia.

Temos um modelo de desenvolvimento que vai na direção do crescimento.

Defendemos o interesse nacional.

Não aceitamos que recursos estratégicos como o pré-sal saiam do controle dos brasileiros”, frisa.

Com informações da Agência Sindical