Convenção Nacional do PMDB Foto: Valter Campanato / Agência Brasil Estadão Conteúdo - Apesar dos apelos do Palácio do Planalto, de Lula e da ala governista do PMDB, o diretório nacional do partido vai se reunir no dia 29 de março para definir a data-limite do desembarque do governo.
Os sete peemedebistas que compõe o ministério da presidente Dilma Rousseff deverão entregar seus cargos até o dia 12 de abril.
LEIA MAIS: » PMDB e PSDB discutem fim da reeleição » Se Lula assumir ministério, Renan indica apoio do PMDB » Temer já começa a discutir nomes para possível mandato Lula envolveu-se nas discussões e trabalhou para adiar a reunião do diretório.
No entanto, conseguiu apenas convencer o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), a dar uma declaração pública de que sigla agrava a crise se sair do governo. “O PMDB não pode dar o gatilho do impeachment”, disse Renan.
O presidente do Senado falou com os jornalistas minutos depois de encontrar-se com Lula na casa do ex-presidente e ex-senador José Sarney (PMDB-AP).
A conversa entre os três durou duas horas.
Renan se negou a dar detalhes, mas a reportagem apurou que o objetivo de Lula era buscar o adiamento da reunião do diretório do dia 29 de março para o dia 12 de abril.
No começo da noite, um grupo de mais de 20 deputados pressionou o vice-presidente Michel Temer - que é também presidente nacional do partido - a não aceitar a mudança » Convenção do PMDB aprova rompimento com Dilma em 30 dias » Com 96% dos votos, Michel Temer é reconduzido à presidência do PMDB Apesar da tentativa de ajudar Dilma e Lula, Renan nega qualquer desentendimento com Temer, que é o principal beneficiário em caso de impeachment da presidente.
Nos bastidores, o próprio vice tem defendido que não é o momento de “pular etapas”.
Ele não quer ser tachado como “golpista” e, por isso, tem evitado conversas mais explícitas sobre as articulações em favor do afastamento de Dilma.
Temer, porém, negou-se a participar da reunião de coordenação de governo realizada anteontem.
Mesmo com algumas divergências, a avaliação geral das duas alas do PMDB é de que hoje o impeachment de Dilma é inevitável.
Aliado de Renan, o líder do PMDB no Senado, Eunício Oliveira (CE), afirma que se o governo não conseguir 171 votos na Câmara para barrar o impeachment, o Senado não conseguirá reverter essa decisão - o afastamento da presidente precisa ser aprovado nas duas Casas. “Se aprovar na Câmara, dificulta muito no Senado”, disse. “Eu tenho de respeitar a vontade da bancada”, completou. » Aécio Neves se reúne com Temer para tratar de “agenda para o Brasil” » Serra e Temer negociam pacto para um novo governo Como o jornal O Estado de S.
Paulo informou na sua edição de domingo, Renan compartilha da mesma opinião.
Publicamente, no entanto, o presidente do Senado quer demonstrar “imparcialidade” e “caráter institucional”.
Na terça-feira, 22, ao falar sobre o impeachment, chegou a dizer que “o crime de responsabilidade” da presidente precisa ser configurado. “O que a história dirá se votarmos um impeachment sem crime?”, questionou.