O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso deu seu apoio ao processo de impeachment Foto: Reprodução Da AFP O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso decidiu apoiar o processo de impeachment iniciado pelo Congresso contra a presidente Dilma Rousseff, afirmando que é um reflexo da vontade popular. “Isso foi o que as ruas gritaram” no 13 de março, quando três milhões de brasileiros participaram das manifestações anti-governo, afirmou FHC em uma entrevista publicada neste domingo pelo jornal O Estado de São Paulo.

LEIA MAIS: » Presidente da OAB-PE decidiu apoiar impeachment de Dilma » Advogados criminais pernambucanos criticam grampos da operação Lava Jato » OAB decide, por 26 votos a 2, apoiar pedido de impeachment de Dilma no Congresso Uma pesquisa do Datafolha revelou no sábado que o apoio ao impeachment passou de 60% em fevereiro para 68% em março.

Fernando Henrique Cardoso, de 84 anos, do PSDB, havia expressado dúvidas sobre a iniciativa do impeachment e esperava que Dilma renunciasse por conta própria ao cargo, em “um gesto de grandeza”.

Ainda nesse sábado (19), o senador Delcídio Amaral, que foi líder do PT no Congresso, acusou Dilma de ter se beneficiado do sistema de propinas multimilionárias montado em torno da petroleira estatal.

Segundo disse Delcídio à revista Veja, o esquema se montou sob a presidência de Luiz Inácio Lula da Silva (2003-2010), mas “Dilma herdou e se beneficiou diretamente deste sistema, que financiou suas campanhas eleitorais” de 2010 e 2014. » Dilma convoca Mercadante para dar explicações sobre gravação de Delcídio » Em delação, Delcídio relata corrupção na Petrobras nos governos de Itamar e FHC » Nome de Lula é citado 186 vezes em resumo de delação de Delcídio » Humberto Costa se defende de acusações de Delcídio Amaral A Câmara dos Deputados realizou na última sexta-feira a primeira sessão das 15 previstas para que uma comissão especial de 65 deputados recomende a abertura ou o arquivamento do pedido de destituição contra Dilma.

A presidente é acusada de ter aumentado gastos sem a permissão do Congresso e de tapar buracos do orçamento com empréstimos de bancos estatais em 2014, o ano de sua reeleição, e no início de 2015.

Se um parecer favorável ao impeachment for aprovado por dois terços dos deputados e pela metade dos senadores, Dilma será afastada do cargo por um prazo máximo de 180 dias.

Finalmente, corresponderia ao Senado, por maioria de dois terços, pronunciar uma eventual destituição.