Foto: Anna Tiago / Blog de Jamildo Da ABr - Após uma semana conturbada para o governo federal, dezenas milhares de pessoas foram às ruas nessa sexta-feira (18) para se manifestar contra o impeachment da presidente Dilma Rousseff.

Especialistas avaliam que os atos mostraram uma reação aos protestos anti-Dilma promovidos no último domingo (13), mas ainda não são suficientes para garantir tranquilidade ao governo.

LEIA MAIS: » Em ato no Recife, políticos pró-governo atacam justiça e Sérgio Moro » Em ato pró-governo, Silvio Costa ataca PSB e garante que não vai ter impeachment Para o professor de ciência política da Universidade de Brasília (UnB) Luis Felipe Miguel, as manifestações preencheram as expectativas do governo e mostraram que ainda há capacidade de mobilização. “Até o momento, como as outras tentativas de colocar gente na rua contra oimpeachment tinham sido frustradas, dava a ideia que o Brasil era a favor do impeachment ou neutro.

Agora deu para notar que é diferente”, avaliou, em entrevista à Agência Brasil.

Segundo Miguel, o fato de as manifestações anti impeachment terem sido menores do que os atos contra o governo do último domingo não é relevante. “As manifestações de domingo foram amplamente divulgadas pelos grandes meios de comunicação, havia grandes interesses empresariais.

As de ontem não contaram com essa ajuda”, comparou. “Se fosse para fazer esse tipo de contagem, a correta seria a eleição.” Diferente de Collor O cientista político Waldir Pucci, coordenador do curso de Direito do Centro Universitário do Distrito Federal, diz que as manifestações mostram que Dilma ainda tem apoio. “É diferente da situação de Fernando Collor, havia uma unanimidade pela saída do ex-presidente.

Tem uma parcela da sociedade que apoia sim Dilma”. > Mobilização pró-Dilma e Lula é a maior já realizada no Recife > Humberto Costa: ‘Vamos fazer uma guerra total até o dia da votação do impeachment´ > Em ato pró-governo, Silvio Costa ataca PSB e garante que não vai ter impeachment No entanto, segundo Pucci, a parcela da sociedade que foi às ruas nessa sexta-feira contra o impeachment influencia a situação política atual, mas não consegue fortalecer o governo.

Ele cita a manifestação em São Paulo, que reuniu 80 mil pessoas, de acordo com a Polícia Militar. “Não podemos negar que em São Paulo há uma participação grande, mas, ainda assim, inferior a da manifestação de domingo [a favor do impeachment].

Isso vai ter peso político mas não consegue ainda fortalecer novamente o governo, que está fragilizado”, analisou. “Os atos não trouxeram nada de novo ao cenário político.”