Foto: Roberto Stuckert Filho/PR Estadão Conteúdo - A presidente Dilma Rousseff criticou nesta sexta-feira (18) qualquer movimento no sentido de politização de instituições do Judiciário e da polícia e disse que é “possível e absolutamente necessário” combater a corrupção sem comprometer a democracia. “Sou a favor do combate à corrupção e de maus feitos.
Sou a favor de que corruptos que cometeram crimes vão para a cadeia.
Só não sou a favor que alguém justifique que combate à corrupção abale a democracia”, afirmou, durante evento de entrega de residências do programa Minha Casa, Minha Vida, em Feira de Santana (BA).
Dilma destacou que, nas últimas décadas, o Brasil passou por um longo processo de mudanças, com desenvolvimento social e político. “Nos anos 1920, a polícia agia pelos interesses dos coronéis, os juízes para seguir os interesses das grandes fortunas, mas hoje o Brasil tem instituições no Judiciário e na polícia que são apolíticos”, disse, acrescentando ser importante que o País não “volte atrás na história”.
Na avaliação da presidente Dilma nem a Justiça nem a polícia podem ser politizadas. “Ninguém pode defender polícia favorável ou contrária a alguém por razões políticas”, disse.
Em seu discurso, a presidente da República ressaltou que seu governo garantiu “a autonomia para a Polícia Federal investigar quem quer que fosse” e reafirmou o respeito ao Ministério Público e ao Judiciário.
Antes, porém, Dilma criticou duramente a interceptação de sua conversa telefônica com o ex-presidente Lula e rebateu uma referência feita pelo juiz Sérgio Moro ao escândalo de Watergate, no Estados Unidos, que culminou com a renúncia do então presidente Richard Nixon, em 1974.
Convite a Lula Dilma rebateu as críticas em relação ao convite do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para assumir a Casa Civil.
Segundo ela, o convite a Lula foi para ajudar o País e o governo. “Em momentos de crise, vocês pedem ajuda a um parente.
Eu o chamei para ajudar o povo brasileiro, pra gente voltar a crescer e gerar emprego.
Ele está disposto a nos ajudar e a garantir que o País volte a crescer, apesar desse pessoal que torce contra.
Muitos não querem que ele trabalhe para ajudar governo”, disse.