Nesta sexta-feira, o presidente do Senado Renan Calheiros exonerou o chefe de gabinete do senador Delcídio e o assessor de imprensa dele.

Trata-se daquele assessor que gravou o ministro Mercadante.

De saída, está dizendo que foi perseguição política e que o presidente Renan Calheiros atendeu ao Planalto.

O tucano Aécio Neves, apesar desta interpretação, falou em aproximação com Renan, no impeachment. “A política se movimenta a partir da realidade, daquilo que estamos vivendo hoje.

Então, tenho certeza que o presidente Renan, não obstante à sua solidariedade pessoal que tem demonstrado à presidente, se curvará à realidade dos fatos.

O que dissemos a ele, de forma uníssona e absolutamente convergente, no nosso último encontro, que estamos prontos, com a responsabilidade política que o PSDB sempre teve em discutir o day after, o pós-solução desse impasse com a saída da presidente da República sem que isso não atenda, do ponto de vista do seu projeto de país, ao PSDB.

Porque uma solução pelo impeachment não atende ao PSDB.

Mas, se ela atende ao Brasil, o PSDB tem que se colocar ao lado dela e estar disposto a construir uma agenda para o Brasil”, disse o tucano. “O presidente Renan é sim - e isso é notório, é claro - aquele que ainda acredita em uma possibilidade de sucessão dessa crise ou de superação dessa crise com a presidente Dilma no cargo.

Nos reunimos recentemente - o senador Cássio estava lá, outros líderes do PSDB e do próprio PMDB - e dissemos que não é por questão de vontade pessoal.

Existe um calendário constitucional que prevê eleições em 2018.

O PSDB está preparado para esse calendário.

A questão que se impõe hoje não é isso, é terá a presidente da República condições de continuar por esses dois anos e oito meses conduzindo o Brasil, com essa sucessão de crises, com essa absoluta ausência de iniciativas congressuais?

O Brasil aguenta?

Haverá um empresário que vai colocar um real na sua empresa e garantir um emprego com esse quadro de instabilidade?” “Tenho uma sensação, com alguma experiência de congressista nos últimos 30 anos, de que no momento em que essa decisão chegar ao Senado Federal, a aprovação da abertura do processo de impeachment e o afastamento da presidente da República será amplamente majoritário, não apenas no PMDB, mas no conjunto das forças do Senado Federal.

Estamos vivendo um processo agora, como diz mais uma vez na minha terra, é água de morro abaixo e fogo de morro acima.

Ninguém mais segura o sentimento avassalador da sociedade brasileira, que não é a favor desse ou daquele partido, dessa ou daquela figura, é a favor do Brasil, e o Brasil precisa voltar a crescer, voltar a gerar renda, empregos, e isso não acontecerá com a presidente Dilma no poder.

Os tucanos estão insistindo ser preciso pensar no dia seguinte.

Aécio disse que é fundamental anteciparmos e intensificarmos as conversas com outras forças políticas no Congresso Nacional, como temos feito no conjunto das oposições, e em especial agora com o PMDB, é vital que essas conversas avancem. “O PMDB Foi uma decisão um pouco desesperada, mas eu tenho muito cuidado também em fazer análises internas de outros partidos, até pela minha condição institucional de presidente do PSDB.

Faço apenas uma análise à distância do meu estranhamento, de no momento de grave crise como essa, o principal partido de apoio ao governo não se fez presente nesse ato.

Nada aqui de pessoal em relação ao ministro, que é inclusive meu conterrâneo, mas foi muito simbólico a ausência das principais lideranças do PMDB.

A política é feita muito mais, em determinados momentos, de gestos do que de palavras.

O gesto do PMDB não se fazer presente é um gesto que recomendaria preocupações muito, mas muito grandes mesmo, no governo e naqueles que o sustentam”. “já deu!”.

Já deu desse governo.

Eles não têm mais condições morais e políticas de continuar governando o Brasil, e é isso que vai contaminar o Congresso.

O PMDB, por isso, é um ator vital, porque é hoje o partido de maior sustentação, fora o partido da presidente da República, a esse governo”.