Em São Paulo, a Agência Sindical iniciou série de matérias sobre a nomeação, por Dilma, do ex-presidente Lula à Casa Civil de seu governo.
As primeiras manifestações indicam simpatia.
Mas não unanimidade.
Dirigentes elogiam a experiência e a capacidade de articulação do ex-presidente, com a ressalva de que sua ida à Pasta não pode ser um biombo ante as investigações judiciais.
Juruna - (João Carlos Gonçalves, secretário-geral da Força Sindical) - “A indicação é positiva e traz alento no sentido de modificar a política econômica.
Lula tem reconhecida capacidade de diálogo, é pessoa com trânsito também em setores da oposição.
Pode ajudar a desarmar o ambiente e criar condições para o consenso.
Penso que o movimento sindical apoia Lula na Casa Civil, porque a lembrança dos trabalhadores é que ele fez um governo que ajudou o Brasil a crescer, gerar empregos e ampliar direitos”.
Artur - (Artur Bueno de Camargo, presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Alimentação) - “Vejo com preocupação.
Não discuto a capacidade do Lula, mas, ante as circunstâncias, entendo que o momento não é o mais adequado.
Primeiro, precisaria esclarecer os fatos apresentados nas investigações.
O esclarecimento dos fatos abriria um caminho mais seguro para Lula, com suas habilidades, ajudar a criar perspectivas e novos rumos ao nosso País”.
Murilo - (Murilo Celso de Campos Pinheiro, presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores Liberais Universitários Regulamentados) - “Sua liderança pode contribuir no encaminhamento de assuntos de interesse da Nação.
Ele tem coragem, conhecimento e poder de articulação.
Lula tem como abrir portas para as organizações sociais.
Ele sabe dialogar e ouvir.
Como cidadão, deve sinalizar que deseja continuar a responder ao juiz Moro, para provar inocência, o que estimulará os ajustes a serem feitos no governo, a equalizar a crise política e a mudar rumos na economia.
Com franqueza, Lula pode ajudar a desatar o nó político junto à oposição, a fim de recompor a ajudar a base política”.
Economista - (Pedro Afonso Gomes, presidente do Sindicato dos Economistas no Estado de São Paulo) – “Falo em meu nome pessoal.
Sou contra Lula ser ministro para ganhar foro privilegiado.
Mas, se ajudar a resolver a crise política, ajuda também a solucionar parte significativa da crise econômica.
Eu queria que ele dissesse – e acontecesse de fato: ‘Abro mão do meu foro privilegiado, se todos os que o têm também o fizerem’.
Concentram-se todos os processos no juízo de primeiro grau, com direito de defesa, sem vazamentos seletivos, e segue adiante o Brasil, com quantas prisões tiverem que ocorrer”.